Cidinha Campos ficou afastada mais de uma década do rádio. Sua última participação no meio aconteceu em 2006, na Rádio Haroldo de Andrade, quando o veículo vivia uma outra realidade. A internet ainda atuava timidamente com os tradicionais meios de comunicação.
A volta à Super Rádio Tupi nesta segunda-feira (6) mexeu com os ouvintes. Entre elogios e críticas, a volta de Cidinha dividiu opiniões de internautas, através das rede sociais.
Entre fãs e críticos, elogios e alfinetadas não faltaram no primeiro programa. No vídeo ao vivo exibido no Facebook da Tupi, os comentários foram polarizados:
“Bem vinda, Cidinha! Estou muito feliz com sua volta ao Rádio, pois sou sua fã e seguidora de muitos e muitos anos. Em todas as emissoras por onde passou e na política. Você está no lugar de onde nunca deveria ter saído, boa sorte!”, disse Heloísa Suhet.
“Ninguém lembra que a Cidinha é amiga do Cabral e muitos outros ladrões”, postou Josefa Silva Rodrigues, em referência às coligações políticas durante as campanhas eleitorais.
Apesar de algumas pessoas atribuírem a volta de Cidinha ao rádio por um suposto interesse eleitoral, a radialista negou essa possibilidade no ar. “Não vou ser candidata à porcaria nenhuma”, disse ao vivo na Tupi.
Cidinha fez a abertura do seu programa lembrando a última passagem na Tupi. Os primeiros momentos foram dedicados a recordações do seu último trabalho e mostrando mágoa da direção da época, capitaneada por Alfredo Raimundo. O então diretor ficou na emissora até 2016, após uma grave crise envolvendo atrasos salariais na Diários Associados, que controla a rádio.
A comunicadora afirma que foi demitida no ano de 1999 em uma cena que classifica como humilhante e evitou citar o nome de Alfredo Raimundo. As críticas pesadas mencionaram aos atrasos salariais e a greve de funcionários, ocorrida entre dezembro de 2016 a janeiro de 2017, quando a Tupi ficou um mês sem programação ao vivo.
Em 2013, em entrevista ao site Rádio da Verdade (hoje Mídia de Verdade), Alfredo Raimundo deu a sua versão sobre o desligamento de Cidinha Campos no início dos anos 90. Sobre a segunda demissão, em 1999, o ex-diretor não mencionou sobre o fato. Confira.
“Quando eu cheguei aqui, a Globo dava três vezes mais audiência [que a Tupi]. Cidinha chegava a encostar e, às vezes, ganhava do Haroldo de Andrade… Era a maior audiência da Rádio Tupi, das 9h ao meio-dia… Quem contratou ela [Cidinha] foi eu, em 1979, eu ainda fiquei seis meses com ela… Encontrei a Cidinha dez anos depois, dona absoluta da Rádio Tupi. Ela mandava mais do que o presidente do Diários Associados… Ela dominou ele [Ibanor Tartarotti] de tal maneira, que ele se tornou fã dela… Quando eu cheguei havia uma série de reclamações… Eu cheguei pro Tartarotti e disse ‘Não vou poder renovar o contrato com a Cidinha’. Ele me perguntou: ‘Mas porquê? Cidinha era grande audiência e faturamento’. Cidinha era grande faturamento, mas era dela e não da rádio. Porque ela concorre com a rádio. Naquela semana o Edson Perrota [diretor comercial] me disse ‘Alfredo, você está reassumindo a Tupi agora… eu tenho que te alertar que a Cidinha é concorrência nossa”. Eu perguntei: ‘Mas Como’?’… Quando eu cheguei ela tinha 30 comerciais de 15 segundos… Eu fui verificar, ela tinha feito uma renovação de 15 [comerciais] de 30 [segundos]. Só que ia para o ar 30 [comerciais] de 30 [segundos]. Ela tinha uma equipe que era dela e a gente não podia mexer”, disse Alfredo Raimundo.
Cidinha ainda fez críticas à Rede Globo de Televisão, por conta das novelas e das audiências. No seu entendimento, a emissora erra nos textos de Amor de Mãe e Éramos Seis – esta última, a comunicadora diz apreciar. A audiência da Globo, na casa dos 25 pontos de audiência na novela das nove, também foi criticada por Cidinha Campos.
Vale lembrar que Cidinha Campos foi funcionária da Globo nos anos 70 e foi casada com o autor de novelas Manoel Carlos. Os dois têm uma filha de 46 anos.
Imagem: Foto Montagem (Rádio Tupi Divulgação / Mídia de Verdade Youtube)