Todas as Flores é “viciante”: podemos compará-la à morna Travessia? Análise!

Quem ainda não assinou o Globoplay ou não teve tempo para conferir os primeiros cinco capítulos de Todas as Flores, vale muito a pena conferir o Tela Quente desta segunda-feira (24). A Globo exibirá em TV aberta o primeiro capítulo da trama de João Emanuel Carneiro, que possui 70 minutos, aproximadamente.

Para quem curte uma novela com impactos fortes logo de cara e tramas entrelaçadas, a pedida é certa. Com uma pegada “mexicana”, no melhor sentido da palavra, Carneiro apostou no tradicional mocinha e vilã lado a lado, com a megera bancando a legalzinha para tirar proveito de tudo utilizando seu pacote de maldades.

Foi o que justamente aconteceu entre as irmãs Maíra (Sophie Charlotte) e Vanessa (Letícia Colin). A primeira é a protagonista da trama e nasceu sem a visão. A segunda é malvada, sofre de uma leucemia no primeiro capítulo e é salva graças a um transplante feito pela irmã. Nem o gesto nobre é capaz de sensibilizar Vanessa, que trata muito mal a irmã, agindo com capacitismo e menosprezando o problema visual de quem a salvou.

Por ser uma novela menor, com 85 capítulos projetados, outro ponto favorável é que praticamente todos os núcleos circundam em uma única direção.

A história mais independente do enredo central gira em torno do drama de Diego (Nicolas Prates) e Deca (Kelzy Ecard). Os dois perdem a modesta casa, em uma área de invasão e vão morar nas ruas do Centro do Rio. O rapaz recebe uma proposta tentadora que pode salvar a família das ruas e, em troca, encarar um bom período de cadeia.

O ritmo de Todas as Flores é pegado, com ação, recheada de mistério, falcatruas e dramas. Em cinco capítulos disponibilizados na Globoplay é possível perceber um ritmo nem de perto visto a Travessia, de Gloria Perez.

PODEMOS COMPARAR TRAVESSIA A TODAS AS FLORES?!

Sim, podemos. Embora há quem acredite que as tramas não possam ser comparadas, pois são enredos distintos, é preciso ressaltar que Todas as Flores seria a substituta de Pantanal. Entretanto, a comparação é inevitável para quem acompanha os bastidores das novelas.

Vale recordar que a Globo decidiu rebaixar a trama de João Emanuel Carneiro, retirando-a da TV aberta e colocando-a como um produto restrito da Globoplay, dando uma falsa grife de que também se tratava de uma “novela das nove”. A Globo foi quem, indiretamente, “propôs” este debate.

Em miúdos: a emissora não confiou que Todas as Flores tivesse base para encarar um período de eleições e Copa do Mundo. Optou em apostar na grife de “Emmy Internacional” obtida pela autora Glória Perez e pelo diretor Mauro Mendonça Filho. Até agora, Travessia não disse a que veio e não ostenta um personagem digno de reverências por sua história e atuação.

Enquanto isso, em pouco tempo, Todas as Flores traz Regina Casé na pele de uma Zóe maldosa e carente de amor de filha, além das vilanias interpretadas por Fábio Assunção (Humberto), Patsy (Suzy Rêgo) e Pablo (Caio Castro). Por outro lado, promete emocionar em tramas paralelas em personagens como Judite (Mariana Nunes) e Guiomar (Ana Beatriz Nogueira).

Para não passar totalmente ilesa a erros, o ponto crítico da trama é Mariana Nunes, de 41 anos, dar vida à Judite, mãe solo de Pablo, vivido por Caio Castro, de 33 anos. Apesar da caracterização dos personagens ser impecável, nitidamente é perceptível no vídeo a diferença de idade que mais parece de irmãos.

Afinal, nem tudo “são flores”.

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Imagem [capa]: Globoplay

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