O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu afastar Wilson Witzel do Governo do RJ. A decisão vale pelos próximos seis meses e foi tomada pelo ministro Benedito Gonçalves, após investigação da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre o suposto envolvimento do governador em casos de corrupção dentro da secretaria de saúde durante a pandemia do coronavírus. Witzel se mostrou surpreso com a decisão judicial.
Neste período, o vice-governador Cláudio Castro deve assumir o cargo. Castro também faz parte das investigações e há um mandato de busca e apreensão em seu endereço domiciliar. Além dele, Helena Witzel, esposa de Wilson Witzel, e André Ceciliano (PT-RJ), presidente da Alerj, também são alvos do desmembramento da operação Placebo, ocorrida hoje (28) cedo.
A Polícia Federal cumpre ainda outros 17 mandatos de prisão e 72 buscas de apreensão. Pastor Everaldo, presidente do Partido Social Cristão, foi preso na manhã de hoje. O PSC é o partido pelo qual Witzel concorreu ao governo do estado, em 2018. O ex-secretário de saúde, Lucas Tristão, também é alvo de um dos mandatos de prisão expedidos logo cedo.
Além do Rio de Janeiro, também há mandatos sendo cumpridos no Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Distrito Federal e até mesmo no Uruguai.
A operação da PF na manhã de hoje acontece após o ex-secretário de saúde Edmar Santos fechar delação premiada com a PGR. O depoimento foi homologado pelo STJ com a expectativa que Santos entregue gravações que comprovem o esquema de corrupção dentro do governo do RJ. O ex-secretário foi preso em 10 de julho e solto em 6 de agosto.
Vale lembrar que Wilson Witzel enfrenta um processo de impeachment na Alerj. A expectativa é que o rito processual se encerre antes mesmo dos seis meses de afastamento definido pelo STF.