Uma disputa judicial envolvendo a escritora Izaura Garcia, 65 anos, acusando Padre Marcelo Rossi de plágio ganhou uma grande reviravolta
Izaura foi presa na última quinta-feira, 9 de maio, suspeita de aplicar um golpe milionário na Editora Globo.
A autora afirmava em processo judicial que Rossi havia utilizado no livro Ágape um trecho de sua autoria, sem obter a autorização necessária.
Durante uma das fases do processo, os advogados que representaram o padre chegaram a costurar um acordo com a escritora no valor de R$ 25 mil. Izaura aceitou a proposta, em um primeiro momento.
Mais à frente, a defesa de Izaura voltou a pleitear uma nova indenização em cima do caso. Em uma nova decisão da justiça, em abril desse ano, a Editora Globo foi obrigada a retirar do mercado o livro ‘Ágape’. A defesa da escritora anexou um pedido de R$ 51 milhões de indenização.
Segundo investigações da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial (DRCPim), da Polícia Civil, aponta que Izaura teria fraudado o registro do texto. Esse documento foi utilizado no processo judicial contra a Editora Globo e o Padre Marcelo Rossi.
Questionada sobre a autoria do documento anexado ao processo, Izaura disse que este foi o registro recebido pela Biblioteca Nacional, em 1982. Entretanto, um detalhe passou despercebido: o documento apresentado pela escritora foi redigido no computador. Na década de 80, os registros nacionais eram feitos à máquina de escrever. Também havia diversas divergências entre a cópia apresentada pela defesa e o padrão dos ofícios emitidos pela Biblioteca Nacional.
Izaura e suas advogadas irão responder por falsidade de documento público e por calúnia contra o Padre Marcelo Rossi e a Editora Globo. A pena máxima pode chegar a 15 anos de cadeia.
O ‘Ágape’ coleciona 10 milhões de exemplares vendidos, um best-seller da literatura brasileira.