Em entrevista ao jornalista Wellington Andrade, o ator Nando Cunha chamou a atenção pelo sentimento que tem quando um ator negro é convidado para fazer um papel. Na visão do veterano, há sempre um esteriótipo carregado em cima de artistas desta etnia, comparado a colegas brancos:
“Quando a gente é chamado para interpretar um papel, em uma novela, é para interpretar um negro. Há.. Você vai viver um médico.. Um médico negro. Você vai interpretar um engenheiro… Um engenheiro negro. Com todos os esteriótipos deles. Não muda”, desabafou Nando.
A solução para esse comportamento do mercado, segundo a visão do ator, é necessária a inclusão de negros em outras áreas, como produção e direção: “Só vai mudar se um negro escrever pro outro. Se tiver um negro escrevendo pra gente. Se um roteirista escrevendo pra gente. Ou um diretor lá negro, dizendo, ‘isso aí não é legal, falar isso’…”, pondera.
“Um branco, quando é chamado para fazer um personagem, um papel, ele é chamado para fazer um ser humano. Nós, quando somos chamados, somos chamados para fazer um negro. Nunca somos chamados para fazer um ser humano”, finaliza Nando Cunha.