Sinal de alerta ligado no departamento de esportes da Globo. A emissora corre sérios riscos de ficar sem a Copa do Mundo de 2022, que será disputada no Qatar. As informações foram publicadas em primeira mão pela coluna Radar, da Revista Veja.
Com a pandemia do novo coronavírus, a emissora foi à justiça do Rio de Janeiro para tentar renegociar com a FIFA o contrato de US$ 600 milhões [R$ 3 bilhões, aproximadamente] envolvendo competições entre 2015 e 2022, pago em nove parcelas. Seis destas, já foram honradas. A Globo alega que está sendo afetada financeiramente com a crise sanitária mundial.
No pedido, a emissora sugere não pagar a próxima parcela, no valor de US$ 90 milhões [R$ 463 milhões]. O contrato prevê um pagamento na próxima semana, em 30 de junho. Dentre os argumentos, diz que muitas competições de futebol foram canceladas ou podem até não acontecer.
Nos bastidores, a Globo vem tentando uma negociação com a FIFA. Entretanto, a entidade não se mostrou aberta e deseja que o contrato seja mantido.
Sem saída, há quem entenda dentro da emissora que uma medida drástica possa ser tomada. Leia-se o rompimento total do contrato com a FIFA. A decisão tiraria dos canais Globo o direito pela Copa-2022.
Confira o que a Globo diz neste processo, revelados, em primeira mão, pela Veja:
“Até hoje a Globo não descumpriu uma única obrigação assumida com a Fifa no contrato de licenciamento. Todos os pagamentos foram feitos a tempo e a hora. Esse continua sendo o espírito que norteia o comportamento da autora [Globo]”
Porém, diante da injustificada resistência da Fifa em reconhecer o óbvio; da miopia da entidade maior do futebol mundial em relação às profundas mudanças que a humanidade enfrenta em razão do cenário de pandemia, que se apresentam ainda com maior gravidade no caso brasileiro, não resta alternativa à Globo senão buscar a proteção dos seus legítimos direitos, mesmo antes de iniciada a arbitragem que se avizinha.
É evidente que o surto da Covid-19 pode levar a situações em que os contratos não possam ser realizados em todo o mundo como inicialmente previsto pelas partes. As obrigações impostas às partes serão potencialmente impossíveis: jogadores e treinadores serão incapazes de trabalhar, e os clubes serão incapazes de fornecer trabalho.
A despeito do cancelamento de vários eventos relevantes que eram objeto do contrato, mesmo antes da pandemia da Covid-19, das profundas alterações no contexto fático e econômico havidas desde a celebração do contrato e das enormes incertezas que hoje cercam a realização de eventos esportivos em todo o mundo, a Fifa segue impávida, insensível à gravidade do momento atual, como se nada acontecesse.
Quer porque quer que a Globo siga em frente com todos os pagamentos previstos originalmente no contrato, mesmo ciente da brutal modificação do cenário esportivo mundial e que não será mais possível a realização dos eventos nos moldes previstos inicialmente.”
Imagem: Divulgação / TV Globo