A repentina saída de Glenda Kozlowski do Grupo Globo pegou de surpresa os telespectadores. Nos bastidores, o clima entre a jornalista e a emissora já não era dos melhores. A saída da TV aberta rumo ao SporTV, em janeiro de 2019, e a negativa de voltar a ser narradora durante a Copa do Mundo de Futebol Feminino deste ano, disputado em junho e julho, já deixaram a relação abalada.
Glenda era vista como uma profissional cara para a Globo e, no momento, executava funções no canal a cabo, onde o investimento e número de profissionais é bem menor. Paralelo a esse cenário, o grupo vem enxugando a sua folha e tentando convencer grandes nomes da casa a deixarem de ser “pessoas jurídicas” [PJ] e retornarem ao bom e velho “celetista” [carteira de trabalho].
Os ganhos entre os PJs são maiores comparados à turma que é contratada de forma registrada. Tudo acontece por conta do pagamento de impostos, que no primeiro caso é bem menor. Não há recolhimento de INSS e FGTS, por exemplo.
Passados quinze dias da saída, Glenda utilizou as redes sociais para falar pela primeira vez sobre como se sente após ter tomado a decisão de renovar seu contrato. A passagem pela TV Globo e pelo SporTV durou 27 anos, entre o jornalismo, coberturas de torneios internacionais e o entretenimento.
Durante 27 anos meu sobrenome era Glenda de onde? Da Globo. Até porque Kozlowski não ajuda, né? Mas o sentido real ‘Glenda de onde? Da Globo’, sempre fluiu dentro de mim, como algo normal, afinal, eu praticamente morava ali dentro. Depois de passar metade da minha vida no grupo, olhar para o mundo plural e entender que existem infinitas possibilidades de mim mesma é bom demais. Sempre gostei de buracos negros, aqueles momentos em que você pisa no nada para entender o todo. Neste instante, meus sentidos ficam muito apurados. A criatividade aumenta. Ideias loucas surgem, e no meu caso, já que estou flutuando nele, não uso filtros. Deixo o campo das ideias, vontades, sensações, oportunidades, tudo pode, tudo eu posso. Só que buracos negros trazem a tal da insegurança – do nada pra lugar nenhum…. sentiu o frio na barriga? É aí que entra a adrenalina. Como amo adrenalina, tudo bem. Estar aberta ao novo, sem medo, sem vergonha, sem ego infernizando, sem freios, apenas de braços abertos, é como nascer novamente. Não é frase feita! Voltando ao tema acima, o difícil é que o mundo gosta do tal sobrenome. Fulana de onde? Faz o que? Fez, foi, é!! De atleta a repórter, de apresentadora a narradora, de Glenda da Globo a Glenda Kozlowski. Tô por aqui, eu e as minhas versões. Muito prazer!”
Glenda Kozlowski