A fé também vive de seus interesses, mesmo que os valores morais, por vezes, caiam em contrapontos. A queda iminente de popularidade de Jair Bolsonaro, segundo levantamento das últimas pesquisas, vem fazendo com que o presidente tente o maior número de apoiadores possível. Os recursos públicos, como de habitual, vêm servindo como base de trocas, e as emissoras de rádio e TV católicas estão de olho nisso. E olha que a bandeira eleitoreira deste governo foi não realizar o famoso “Toma lá, dá cá”.
Em troca de apoio, a ala da igreja católica ligada a Bolsonaro vem servindo de ponte na tentativa de injetar generosos valores em publicidade em favor de uma missão: limpar a barra do Messias brasileiro. A ideia é explorar algumas vertentes tidas como conservadoras da figura bolsonarista e, assim, garantir a sobrevida financeira nos próximos meses.
O portal do ‘Estadão’ publicou neste sábado (6) que a Rede Vida e a TV Pai Eterno estão abertamente oferecendo apoio a Jair Bolsonaro. Em troca, querem mais publicidade.
As emissoras ditas evangélicas, que já “passam pano” a favor de Bolsonaro desde às eleições 2018, também não estão fora desse processo. Em verdadeira crise de caixa por conta do coronavírus e a queda drástica do dízimo, também estão pedindo mais investimentos em publicidade nos últimos meses.
Em miúdos: a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), se assim desejar, tem gente suficiente para promover um grande encontro ecumênico recheado de líderes religiosos. Com direito à transmissão de rádio, TV e até internet.