Daniel Penna-Firme fala sobre a saída do SBT após eleições: “Não seria fácil voltar para a TV”

Horas após ser demitido do SBT, o Audiência Carioca procurou o jornalista Daniel Penna-Firme para falar sobre a saída da emissora, local onde coleciona uma passagem de 11 anos. O jornalista revelou que previa um retorno não tão simples ao jornalismo do SBT, após três meses de afastamento das atividades para atender à legislação eleitoral.

“Eu sabia que o meu retorno não seria um dos mais fáceis. Por duas razões. Primeiro: eu fiz uma transição de imagem. As pessoas veem o Daniel como alguém da política, como alguém que fez duras críticas à imprensa, inclusive, que fez duras críticas ao sistema, de maneira geral e foi pra política. O público vê o Daniel assim. Não seria fácil voltar para a TV e entrevistar pessoas, por exemplo, contra as quais eu disputei a eleição. Embora, eu acreditasse que isso fosse possível, porque uma coisa que eu sempre fui é isento. Eu nunca gostei de alguns nomes que eu entrevistei, sempre com maior respeito, mas nunca gostei. Isso seria muito difícil a partir de agora. O processo eleitoral, no momento em que o Brasil está, ele é muito duro. A gente tem que se posicionar. Não dava para ficar em cima do muro ali.”, analisou.

Nem bem fechamos por completo o ciclo eleitoral em 2022, Penna-Firme já tomou uma decisão: será pré-candidato ao cargo de vereador, pela cidade do Rio de Janeiro, em 2024. Atualmente, ele está filiado ao União Brasil.

“Eu só pré-candidato a vereador em 2024. A minha linguagem nas redes sociais será voltada para crítica social e para a política, porque eu vou honrar quase os 4 mil votos que eu recebi. O entendimento é que não cabia mais um Daniel repórter diante do que o Daniel virou. Esse era o meu entendimento também, esse não era apenas um entendimento do SBT”, disse.

“Agora eu vou publicar o que eu quiser. Vou falar o que eu quiser, porque eu tenho pela frente um processo eleitoral… Eu vou tentar a política. Eu vou tentar planos de podcast e algumas coisas que eu já estou vendo como viabilizá-las. Não cabia mais na minha vida ser repórter policial”, contou.

Daniel Penna-Firme acrescentou: “Eu nunca usei o microfone do SBT para ser militante político ou simpático politicamente. Eu nunca usei a minha posição de repórter para perseguir aqueles politicamente”.

Sobre o desligamento, Penna-Firme revelou que o diálogo com a emissora no dia de ontem (3), no seu entendimento, foi tranquilo.

“A minha conversa foi muito boa com a minha chefia, com o Diego Sangermano [diretor de jornalismo, artístico e programação do SBT Rio]. O Diego é meu amigo. Ele me comunicou exatamente isso, que eu estava voltando diferente de como eu saí e que não cabe o Daniel que chega. Não teve trauma, não teve dedo na cara de ninguém, não teve choro”, explicou Daniel Penna-Firme.

ENTREVISTA POLÊMICA ANTES DAS ELEIÇÕES

Em julho, Penna-Firme concedeu uma entrevista ao youtuber Rica Perrone e revelou momentos polêmicos durante a sua passagem no SBT, incluindo uma orientação de pauta durante a intervenção militar feita pelo governo Temmer, em 2018, no Rio de Janeiro. O conteúdo foi encarado nos bastidores da emissora como “inaceitável” e repercutiu em grupos ligados à imprensa no Rio de Janeiro.

Questionado se recebeu alguma orientação ou reclamação do SBT durante a campanha eleitoral, Penna-Firme revelou: “A empresa [o SBT] jamais interferiu na minha caminhada eleitoral”.

Durante a campanha eleitoral ao cargo de deputado estadual pelo RJ, Daniel Penna-Firme fez duros ataques à esquerda, classificando-a através de hashtags como “imunda”, “lixo” e “criminosa”. Questionado sobre o tom elevado, o jornalista diz que agiu com o objetivo de impulsionar parte do seu conteúdo eleitoral.

“Era linguagem eleitoral. Essas hashtags fizeram meus vídeos bombar organicamente, sem precisar impulsionar. Quando eu precisava falar de temas mais ligados ao Rio de Janeiro, mais ao governador Cláudio Castro, temas mais programáticos, eu não usava essas hashtags. Quando eu falava das minhas andanças e da minha caixa de som, não cabia [as hashtags]. Quando eu falava do PSOL e de Bolsonaro, eu usava essas hashtags e vou continuar usando.”, informou, acrescentando ser um posicionamento político e que recebeu as dicas de uma pessoa que estava auxiliando sua campanha.

Desde a tarde de ontem (3), a assessoria de imprensa do SBT foi procurada pelo Audiência Carioca para se manifestar sobre a saída de Daniel Penna-Firme. Até o fechamento desta nota, não obtivemos respostas.

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