As extensas pautas exigem dos profissionais da mídia jornalística um verdadeiro manejo de simplificar extensos discursos, recursos, interpretações e decisões ao grande público.
Um pomposo desafio, já que na transmissão de um telejornal a nível nacional, em horário nobre, pode atingir do mais letrado e intelectual ao mais humilde – e nunca menos importante! – membro da sociedade. Todos com o devido direito à informação.
Nunca se falou tanto de política e justiça nos telejornais brasileiros. O vocabulário “juridiquês” está na boca do povo, que instintivamente inseriu os assuntos no seu cotidiano. O nome dos ministros do STF, por exemplo, são notoriamente conhecidos pelas ruas do Brasil.
O curioso, neste vasto cenário, é detectar que uma determinada reportagem, assunto ou mesmo frase proferida pode ganhar inúmeras interpretações das mais diferenciadas possíveis. Contraste máximo, digamos!
Neste semana, Ricardo Boechat divertiu-se com tamanho antagonismo em seu programa de rádio, na BandNews. O mesmíssimo discurso opiniativo, sua marca profissional, pode lhe render recados do público recheados de adjetivos extremos: de comunista a fascista ou direitista a esquerdista.
O âncora chegou a brincar que convida os donos das mensagens opostas a pagar um jantar para que no encontro consigam entrar em um consenso sobre seus posicionamentos.
E está aí o grande segredo do jornalismo. Opinar e conseguir buscar, com o mesmo assunto, interpretações totalmente distintas. A polarização de adjetivos conceituais do trabalho de edição, ou mesmo de editoria, é a certeza que o caminho do bom trabalho está sendo feito, dando espaço a todas as possibilidades, cenários e versões necessárias.
No equivocado “Fla-Flu” da política, recorta e cola quem prefere chorar as pitangas de suas preferências a entender as vertentes que cercam os assuntos que movimentam país. Lamentável caminho sem campo, sem bola e sem vitória.