Apesar da enxurrada de críticas, a Globo já tem sua decisão tomada para a transmissão do Desfile das Campeãs no Multishow. Pelo terceiro ano seguido, a emissora exibirá as seis melhores escolas do ano no Rio de Janeiro com exclusividade na TV paga e no streaming.
No entanto, pela primeira vez, o Multishow vai com praticamente a mesma equipe que fez o Carnaval Globeleza no Rio de Janeiro em em São Paulo, segundo informou o jornal O Globo.
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Ou seja, Alex Escobar, Karine Alves e Milton Cunha farão a apresentação. Este será o terceiro ano que o carnavalesco segue no posto na TV paga.
Os repórteres serão os mesmos do fim de semana passado: Dandara Mariana, Kenya Sade e Vitor diCastro. Em resumo, o jornalismo segue de fora, mantendo os profissionais de entretenimento na avenida.
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A alteração acontece nos comentários. Pretinho da Serrinha não participará da transmissão do Multishow e será substituído pela porta-bandeira da Unidos da Tijuca, Lucinha Nobre. A irmã de Dudu Nobre terá a companhia de Leonardo Bruno, que também atuou na TV aberta.
Afinal, o que deu errado no Carnaval da Globo?
Confira alguns pontos cruciais para os erros da Globo e que culminaram com a avalanche de comentários negativos.
Apresentadores sobrecarregados
Ao divulgar que, pela primeira vez, a dupla de apresentadores do Globeleza faria tanto a transmissão de São Paulo e Rio de Janeiro, a emissora comete dois equívocos. Primeiramente, o de atribuir, surpreendentemente, a Karine Alves e Alex Escobar entendimento de 28 enredos, sendo 16 das escolas paulistas e 12, das fluminenses.
Em seguida, a escala expôs os profissionais a uma enorme maratona de transmissões e deslocamentos entre as cidades. Ainda que haja um preparo prévio e uma logística confortável, a adaptação é bem complexa para quem trabalha de dia e vai atuar madrugada adentro diante de tantas informações.
Faltou jornalismo na veia
A ausência do jornalismo da transmissão da Globo foi o maior equívoco da temporada. Informação é imprescindível para quem está assistindo ao desfile.
Para quem entende de TV, a ideia do show televisivo pode ser maravilhoso e só mostrar as perfeições. Entretanto, a festa é feita de erros também e eles são cruciais para entender o caminho de quem pode disputar o título ou mesmo o rebaixamento.
Sem jornalistas espalhados no Anhembi e Sapucaí, a informação ficou em segundo plano e prejudicou o padrão do que se viu nos últimos anos.
Direção precisa de alguém que respire o Carnaval
Boninho é um dos maiores diretores da história da TV Globo, sabe fazer programas televisivos e realities shows de primeira linha. Todavia, falta ao seu lado um profissional dedicado ao Carnaval para realizar um contraponto e equilíbrio do que será apresentado plasticamente ao público. Observar esse mercado e profissionais que passaram ou estão na redação do grupo se faz necessário com o foco de montar futuras parcerias com quem, em suma, entende de televisão.
Mudanças para atrair anunciantes
Toda a logística de mudança nos desfiles, de fato, chegou a atrair um número maior de anunciantes nacionais à emissora. Nos últimos dois anos, apenas a Brahma havia faturado o espaço. A cervejaria seguiu com os desfiles ao lado do Guaraná Antarctica.
Vale lembrar que os dois produtos são administrados pela mesma empresa, a Ambev. Certamente, com a entrada de mais um produto o faturamento do Globeleza aumentou, mas não animou outros conglomerados empresariais. No Glô na Rua, com a cobertura de blocos locais, houve uma outros anunciantes interessados.
A pergunta que fica, agora, é: estaria a Ambev feliz por injetar um novo produto em meio a um investimento tão criticado publicamente?
Detalhes importantes desapercebidos
Outro erro da Globo foi achar que popularizar a transmissão seria, apenas, inserir a transmissão dos famosos “esquentas”. Entretanto, a homenagem ao samba “Peguei um Ita no Norte” (1993), em reverência a Quinho, falecido em janeiro, não foi mostrado na TV, durante o desfile de domingo (11).
Em contrapartida, alguns detalhes não foram mostrados, como o atropelamento de uma integrante da Porto da Pedra diante de um carro alegórico – a ausência do jornalismo ajuda a ilustrar essa “barriga” e um momento chave da comissão de frente da Beija-Flor, que veio em seguida.
Mariana Gross fora
Não bastasse deixar o jornalismo de lado, a direção do Globeleza não conseguiu, por exemplo, encaixar a participação de Mariana Gross na transmissão dos desfiles.
Será que não haveria, por exemplo, alguém que pensasse em uma entrada da apresentadora do RJ1 sem ter sua imagem ligada à publicidade?
Faltou inteligência e criatividade para abrir mão de alguém que poderia somar à transmissão. Com isso, Mariana Gross aceitou desfilar na Imperatriz Leopoldinense.
Globo pode recalcular rota no ano que vem
As já conhecidas críticas em cima da transmissão da Globo nos Desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e São Paulo, ao que tudo indica, terão consequências para o ano que vem.
A troca de jornalistas espalhados na Sapucaí e no Anhembi por pessoal do entretenimento empobreceu a cobertura informativa da transmissão. Segundo o colunista Flávio Ricco, do R7, a emissora está de olho nestas reclamações e promete agir.
A publicação revela que Amauri Soares, diretor de programação e entretenimento, já solicitou mudanças para 2025. Primeiramente, a ideia é que a informação volte a ganhar destaque nos desfiles. Outra solicitação do executivo é a inclusão de mais tecnologia na transmissão.
Apesar das mudanças na avenida, ao menos, a Globo apostou no jornalismo para fazer a apuração do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nestes casos, não houve reclamações por parte do público.
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