Ação trabalhista de Jimmy Raw contra a Tupi segue em aberto, um ano após sua morte

Sucesso no rádio e na TV, Jimmy Raw morreu muito cedo, aos 58 anos. O comunicador é uma das mais de 479 mil vítimas da covid-19 no Brasil, até aqui, e sua partida completou um ano na semana passada, precisamente no dia 3 de junho.

A imprensa especializada acompanhou os últimos dias de vida de Jimmy, que passou 27 dias internado, lutando contra a doença entre a UPA da Tijuca e o Hospital Ronaldo Gazolla, duas unidades hospitalares públicas no Rio.

Na TV, Jimmy apresentou o Globo de Ouro, sucesso na TV Globo, em 1989; o Bike Show, na extinta TV Manchete; Na Boca do Povo, na TV OM, além de ter atuado na produção do Aqui Agora, na extinta TV Tupi.

No rádio, o comunicador também marcou época. Especialmente no Rio, onde atuou na Antena 1 e na Rádio Globo. Fora da capital fluminense, emprestou sua voz à 104FM, de Curitiba; e X FM, de São Paulo.

Seu último trabalho neste veículo foi na Rádio Tupi, onde ficou por 10 anos. Na emissora, comandou o Baú da Tupi, atuando na programação da madrugada até 2016. Depois disso, Jimmy se afastou dos tradicionais veículos de comunicação e integrava a Turma do Rádio, através da internet.

Jimmy foi um dos profissionais que deixou a rádio em 2016, em meio à crise que assolava o grupo Diário Associados. Muitos deles precisaram acionar a justiça para receber os direitos trabalhistas e salários.

No caso de Jimmy Raw, a ação judicial foi impetrada no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRJ-RJ), em ação pública e disponibilizada na página oficial do órgão. Em vida, o comunicador reivindicou os pagamentos de aviso prévio, salários atrasados, 13º e férias.

Em novembro de 2016, em encontro na 48ª vara do TRT, uma proposta do juízo foi apresentada visando conciliação entre as partes. Jimmy acenou positivamente pela indicação do tribunal, mas a rádio apresentou uma contraproposta, quatro vezes menor que a indicada pelo juízo. As partes não chegaram a um acordo comum naquela data.

Em março de 2018, uma sentença condenou a rádio ao pagamento das indenizações trabalhistas a Jimmy. Em maio de 2019, o tribunal julgou procedente os pagamentos do 13º de 2015 e salários dos últimos meses trabalhados em 2016, não quitados na demissão.

A ação cita que a Tupi alegou ao TRT que “houve drástica redução das verbas de publicidade” naquele período e que precisou encerrar a transmissão da Rádio Nativa, sucesso do grupo nos anos 2000.

Os argumentos não foram aceitos pelo juizado: “… as dificuldades financeiras da empresa não constituem força maior que justifique o atraso ou o não pagamento das verbas devidas ao trabalhador, uma vez que o empregador assume os riscos do empreendimento”, diz parte da decisão.

Na última sexta-feira (4), o Audiência Carioca procurou José Roberto de Abreu, advogado que representa a família de Jimmy na ação movida contra a Tupi.

O defensor confirmou que Jimmy faleceu sem receber a indenização trabalhista da rádio e, mesmo após completado um ano de sua morte, a indenização segue em aberto. Abreu preferiu não dar mais detalhes da ação.

A Rádio Tupi não possui assessoria de imprensa e não comenta assuntos internos ao Audiência Carioca. Mesmo assim, o site procurou o contato da defesa que representa a rádio na ação movida por Jimmy.

No mesmo dia 4 de junho, um e-mail foi enviado para o advogado Leonardo Novaes, que está registrado como representante de defesa da emissora na ação. A mensagem não foi respondida por este canal.

Na última terça-feira (8), por telefone, Novaes informou que vem assumindo a defesa das ações judiciais da rádio há poucos meses e que a Tupi tem interesse em resolver suas pendências na justiça.

O advogado ficou de responder o nosso contato por e-mail, mas até o fechamento desta nota não tivemos retorno. Caso seja feito, a resposta será atualizada neste espaço.

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Imagem: Reprodução Internet

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