Está difícil ver televisão aberta pela manhã. Jornalismo à parte, as opções de programas durante a pandemia estão sofríveis. O mais emblemático de todos os exemplos foi o fracassado Aqui na Band.
Iniciando de forma leve, muito mais pelo trabalho de Silvia Poppovic, desde que a apresentadora foi demitida, a atração se tornou um palanque político. Debates sem sentido – como quem mandou matar Bolsonaro e pautas conservadoras – e diversas figuras políticas de direita pesaram nas manhãs da emissora. A única saída foi encerrar o programa e engavetar o título Aqui na Band.
Na Globo, atualmente, o melhor momento do Encontro com Fátima Bernardes é quando Ana Maria Braga dá o ar de sua graça. Mesmo em formato gravado e com receitas de arquivo, Ana se mantém atual e sabe falar olhando no olho do público.
Fátima Bernardes é esforçada e tem carisma, mas tem dificuldades em “render o bloco”. Mesmo com todo o poder de chamariz no “sofá virtual”, Fátima fica extremamente dependente das pautas. Quando o assunto é progressista, quente e ferve na internet, vai bem.
PAUTAS SEM CRIATIVIDADE
Agora, quando depende da criatividade de sua produção, patina. Na edição de hoje (31), Fátima ensinou o público a dançar em dupla com dois cabos de vassoura. Isso porque, em junho, já havia ensinado os telespectadores a dançar com o espelho. As “mirabolantes” ideias têm o objetivo de driblar a pandemia.
O Hoje em Dia, na Record TV, perdeu o fôlego. Só rende ou sobressai quando divulga algum reality da emissora. A Fazenda vem aí e, talvez, volte a fazer algum barulho.
O SBT com Dudu Camargo, Marcão do Povo e desenhos… Bom, deixa pra lá.
Por fim, a saída atual é dar um crédito à estreia de Mariana Godoy. Uma jornalista que vai, pela primeira vez, assumir um programa no segmento matutino. Ainda sem nome definido, o bom senso e o gabarito de Mariana merecem uma atenção especial. Especialmente em um momento de desertificação dos programas de entretenimento nas manhãs da TV. Vale tentar.