Em um duro momento na vida política do país, onde os números apontam 14 milhões de desempregados, nada melhor que um feirão do emprego marcado para um emblemático 1º de maio, dia do trabalhador.
Segundo a Prefeitura do Rio, organizadora do evento (oi?!), o então batizado “Feirão do Emprego” reuniu 5 mil vagas em aberto. Já na tarde da segunda-feira (30), filas se formavam em volta do Engenhão, estádio do Botafogo.
Toda a grande mídia, reunindo TV, rádio, sites e redes sociais em destaque, acompanharam a verdadeira saga que tiveram que enfrentar os presentes. Não bastasse a situação do desemprego, 25 mil populares tiveram que superaram filas, o dissabor da dúvida e o investimento em passagens, alimentação e roupa – afinal, essa conta nenhuma empresa paga.
O que chama a atenção é que em pleno século XXI, recheado de tecnologia para todos os lados, a prefeitura utiliza métodos mais arcaicos possíveis tentando atrair a leva de desempregados pela cidade. Ou seria reunir público?
Nos dias atuais, não faz sentido juntar uma multidão dentro de um estádio de futebol fazendo passar por um processo de sacrifício por uma vaga de emprego.
Se há mesmo as tais 5 mil vagas, é minimamente mais coerente utilizar a imprensa para divulgar as vagas e criar um simples e-mail para que os postulantes enviem seus currículos.
Ok, nem todos usam internet. Mas na atualidade, é difícil não ter um conhecido que não possa fazer essa ponte.
Ok, de novo. Consideramos, então, que há um núcleo de vagas e profissionais que não tenha acesso ao e-mail. A outra saída seria liberar uma caixa-postal via Correios e sanar outro ponto de entrave da situação.
Mas não. Muito mais que gerar empregos, criar um clima de festa, que já não existe há muito tempo no Rio, era preciso. Com direito a show do ‘Jet Samba Black’…
Ou seja, nada mais que um show político-pirotécnico para a mídia em ano de eleição. Ninguém é bobo.