A crise no governo do RJ ganhou mais um capítulo. A Assembleia Legislativa do Estado do RJ (Alerj) aceitou, através de seu presidente, André Ceciliano, um dos pedidos de impeachment contra Wilson Witzel.
O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (10) por Ceciliano, que tinha a prerrogativa de acolher ou não a denúncia. Antes, uma votação simbólica entre os deputados contabilizou 69 votos favoráveis pela aceitação.
Em nota, Witzel informou que recebeu o pedido com “espírito democrático e resiliência”. O governador promete se defender e tentar se manter no cargo.
O pedido de impeachment aceito foi protocolado pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB-RJ, onde o acusam de crime de responsabilidade pelos seguintes motivos:
- Compra de respiradores com superfaturamento (denúncia apurada pela PF);
- Construção de hospitais de campanha (licitações em investigação);
- Suposto vínculo de Wilson Witzel com Mário Peixoto;
- Rejeição das contas de 2019, feita pelo TCE;
- Revogação da desqualificação da OS Unir Saúde, que seria ligada a Mário Peixoto. O empresário é tido como suspeito pelo Ministério Público Federal;
Em nota, Wilson Witzel enviou a seguinte mensagem:
Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro”.
Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados.
Como bem ressaltaram o presidente da Alerj, André Ceciliano, e a maioria dos parlamentares, terei direito à ampla defesa e tenho certeza absoluta de que poderei demonstrar que nosso governo não teve tolerância com as irregularidades elencadas no processo que será julgado.
Vou seguir nas minhas funções como governador e me preparar para a minha defesa. Tenho certeza que os parlamentares julgarão os fatos como eles verdadeiramente são.
Witzel terá 10 sessões para se defender até que a Comissão de Especial defina a admissibilidade final do processo de impeachment. Para o afastamento provisório de Witzel, será necessário reunir 36 votos dos deputados, maioria absoluta da casa. Em seguida, o caso é levado para um juizado especial.