O Governador Wilson Witzel alertou a população carioca e fluminense que a crise do novo Coronavírus pode durar seis meses. Em entrevista ao jornal Extra, o chefe executivo do estado do RJ esclareceu quais devem ser os próximos passos para tentar controlar o Covid-19.
Sobre a crise do estado, Witzel foi claro: “O Rio tem duas grandes tragédias do ponto de vista econômico a caminho. Além do coronavírus, a partir de junho a queda do barril do petróleo vai atingir duramente o repasse de participações especiais e royalties. Em junho, já no próximo trimestre. Vamos sofrer severamente com isso”, ponderou.
Sobre as medidas de evitar que as pessoas transitem nas ruas, Witzel afirma que “é bem provável que tenhamos que cortar os transportes. Somente poderão estar nas ruas pessoas autorizadas. Amanhã [hoje, 19 de março] devo ter mais uma reunião com Metrô e Supervia para debater o tema. Pode ser que haja uma decisão a partir de sexta (amanhã) justamente para evitar que no sábado e no domingo a população queira ir para à praia. Mas acho que já entenderam que a praia não é mais ambiente.
Witzel não descarta a possibilidade de um confinamento mais rígido nos próximos dias. “Estamos avaliando medidas de restrição extrema à circulação de pessoas na rua. Só sai com autorização. Estou vendo com o secretário de Ciência e Tecnologia um aplicativo com um QR Code. Todo mundo tem celular, né?”, pensa.
Outra medida avaliada pelo governador é sobre o pagamento de contas: “Nós já estamos trabalhando nisso. Os bancos suspenderam por 60 dias o pagamento de boletos e nós devemos também adotar o mesmo caminho. Já pedi para a Cedae avaliar a suspensão por 60 dias. Ela tem dinheiro em caixa para suportar isso. Estamos falando de conta de água, luz, gás e telefone, que hoje também é essencial para a sobrevivência das pessoas. Já os tributos, estou avaliando. Evidentemente alguma coisa vai ter que ser feita. O comércio não vai faturar. Então não vai nem ter o que pagar”, relata.
Sobre o sistema de saúde do RJ, Witzel revela que nenhuma rede pública está pronta para isso: “Olha para a Itália, para os EUA… O Trump está imaginando 2 milhões e 200 mil mortos. O Ministério da Saúde falou que a preocupação deles é como fazer para enterrar os mortos. Se tivermos um número elevado, vamos ter que fazer um cemitério só para eles”, compara.
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