Tente dissertar em um papel um texto de um minuto. Calma, não precisa sair correndo e atropelando as palavras. Faça pausadamente. Ainda assim, o amigo internauta vai reparar que falar durante esse tempo requer uma reunião de ideias e assuntos. Tarefa nada fácil, convenhamos.
Esta semana, a TV Globo completa um ano da decisão de ter ampliado em meia hora seus jornais locais matutinos em todo o Brasil. Mas essa análise não é uma crítica direta à emissora e tão pouco aos locais RJs. Queremos falar de todos os telejornais locais do país.
Duas horas têm se mostrado tempo demais, na maioria dos dias. Se não há uma prestação de serviço de emergência, na maioria das vezes as pautas se tornam longas e vazias.
É verdade que em alguns dias, os assuntos ligados à cultura e o entretenimento recebem um espaço considerável e colaboram nas pautas. Mas é sabido que esse assunto não é algo rotineiro e, quando acontece, sempre fica dedicado aos dias mais próximos aos fins de semana.
Rio e São Paulo ainda se dão ao luxo de contarem com helicópteros, com um time mais pomposo de jornalistas e assuntos que as principais capitais oferecem. Ainda assim se espremem, dependendo do tempo. As duas primeiras semanas do ano foram sofríveis.
No caso da Globo, quando se viaja para as filiais e afiliadas por todo o país, o que se vê é um esforço imenso de cumprir o horário com um conteúdo razoável. A criatividade tem sido a alma do negócio.
Até porque, diferente da Record TV e do SBT, a interação dos apresentadores globais com o público tem certo limite. Na concorrência, a brincadeira, o humor e as doses de entretenimento são mais liberadas e ajudam a preencher o tempo.
Vale lembrar que nunca o jornal local esteve tão vivo na TV. No Rio, a Globo dedica 3h30 de sua programação; a Record TV, 7h30 min; e o SBT, com um pouco mais de uma hora.