Logo mais, o Flamengo encara mais um desafio na Libertadores. O duelo será contra o Santa Fé, no Maracanã, e pela segunda vez na temporada cumprirá a punição de jogar sem público. Um duro castigo pelas lamentáveis cenas protagonizadas por “torcedores” rubro-negros na decisão da Sul Americana, em dezembro de 2017.
A partida de hoje, 19, terá transmissão da Globo, da Fox Sports e de uma série de rádios. Sem torcedores na arquibancada, caberá aos diretores de imagem um verdadeiro malabarismo em busca de um espetáculo à altura que é peculiar a ambos os canais. Aos operadores de rádio, caberá o mórbido silêncio. Sem direito a improviso.
Toda transmissão esportiva é recheada de detalhes que compõem uma plasticidade habitual ao telespectador. Valores como emoção, alegria, felicidade, frustação pela derrota e até mesmo protestos por mal desempenho fazem parte do cardápio. Esses ingredientes complementam as expectativas dos patrocinadores e do grande público.
Sem torcida presente, mais da metade destes atributos são desperdiçados. Caberá ao narrador, aos comentaristas, aos repórteres e às produções de rádio/TV muita inspiração. Torcer para que, na bola, o ritmo de jogo consiga diminuir o vazio de um Maracanã, hoje, sem a alma do seu torcedor.
Esta não é uma novidade na vida das emissoras de TV, é bem verdade. Também é notório que mesmo que tenhamos a melhor partida do século, o gosto de “cabo de guarda-chuva” ficará para quem acompanhará o jogo pela telinha e na caixinha.
Apesar dos contras, a conscientização pelo espetáculo completo por si não pode sobrepor interesses da ordem pública. As punições devem ser aplicadas a seus infratores.
Enquanto o bom senso, a prevenção, e a lição não se transformarem em rotina cotidiana na vida de um cidadão dito de bem e que vá ao estádio, a derrota será de todos: dos clubes, do mercado, da imprensa, do telespectador e, principalmente, do torcedor.