Ana Paula Portuguesa voltou ao rádio na última quarta-feira (6), quando foi apresentada no Show do Clóvis Monteiro, na Super Rádio Tupi.
Foram três meses após a saída do Sistema Globo de Rádio, onde atuou por 12 anos, e, agora, retorna ao dial no quadro ‘Repórter da Fama’. Ana vai contar o polêmico mundo do jornalismo de celebridades.
Jornalista há 21 anos, Portuguesa não esconde de ninguém que ama atuar como fofoqueira. Faz com gosto. Sem medo de ser popular, o jeitinho carioca de falar esconde dos ouvintes suas verdadeiras origens.
Nascida em Viseu, em Portugal, Ana mora no Brasil desde os oito anos de idade e revela que ganhou o apelido quando começou a trabalhar no rádio.
Alguns ouvintes devem lembrar quando Tino Júnior, atual apresentador do Balanço Geral RJ, teve a ousadia de batizá-la de ‘Mulher Bacalhau’ e colocá-la como rainha do bloco ‘Banana Bacalhau’, da extinta Beat 98 [2009 e 2014].
Conheça um pouco de Ana Paula Dinis Coelho, a Ana Paula Portuguesa, a famosa produtora e fofoqueira do rádio carioca em um bate-papo para lá de franco com o Audiência Carioca.
REPÓRTER DA FAMA
Ana Paula Portuguesa: Eu vou fazer parte da equipe do Show do Clóvis Monteiro, sendo a Repórter da Fama, de segunda à sábado, das 8h às 10h. Aliás, esse é um nome que eu já tinha usado na minha passagem anterior na Tupi, inclusive, no programa do Clóvis. Na minha fase anterior na Tupi eu fazia vários programas lá e sempre falando desse mundo de celebridades, esse mundo da fofoca.
JORNALISMO DE CELEBRIDADES
Ana Paula Portuguesa: Eu gosto muito. Não é sacrifício nenhum pra mim. Algumas pessoas fazem fofocas meio que obrigadas. Eu não. Eu faço porque eu gosto. A fofoca não pode ser vista só como uma coisa ruim, tem o lado bom. Você fala do trabalho do artista, você fala do relacionamento, que as pessoas querem saber. É você saber o que está acontecendo com os famosos e contar no rádio. Hoje em dia, com as redes sociais, muitas pessoas acabam tendo acesso a tudo muito rápido. Mas, nada é mais rápido que o rádio. Eu acabo vendo as notícias que estão acontecendo, algumas coisas que eu sei, outras que eu vejo por aí, e conto lá no Show do Clovis Monteiro.
RÁDIO E INTERNET
Ana Paula Portuguesa: Além de participar do programa do Clóvis, eu também vou fazer parte do portal Tupi.FM, onde vou ter uma página chamada ‘Repórter da Fama e vou alimentando conteúdo para que as pessoas possam acessar. Rádio é muito imediato e curto, então, na internet, nesse espaço, vou inserir mais informações, com imagens, e será um recurso onde vou complementar o trabalho.
ANA PAULA ‘PRODUTORA’
Ana Paula Portuguesa: Quando eu comecei a trabalhar em rádio, realmente, eu sempre fui produtora. Até hoje eu sou uma produtora de rádio. Se amanhã ou depois eu tiver que sair do microfone, apesar de eu gostar muito, não será sacrifício nenhum para mim se eu continuar atuando na produção. Nessa função é quando você aprende de tudo. Você tem o contato com o ouvinte e tem o contato com o comunicador. Eu tive muita sorte na minha vida ao dividir o microfone com pessoas muito boas e generosas, que sabem dividir o espaço com a equipe… Conheço várias pessoas que fazem produção sempre. Mas apareceram oportunidades. Na minha vida eu nunca busquei ir para um lugar. Eu não tive esses sonhos. As coisas foram acontecendo e eu fui só agradecendo. Então é isso, eu era uma produção e virei uma fofoqueira, mas nunca deixei de ser produtora.
O INÍCIO
Ana Paula Portuguesa: O primeiro a me colocar no microfone foi o Mário Belisário. Foi ele que me fez entrar no ramo da fofoca. Isso aconteceu quando nós estávamos na Roquette Pinto [94,1FM] e a gente se conheceu quando eu era estagiária. Trabalhei com o Belisário e com a Lúcia Araújo, uma grande amiga. Sempre fui muito tímida e sou até hoje. O Belisário sempre me colocava para falar no microfone e me incentivava que eu falasse no ar. Eu recuava e ele mandava ‘Vai Portuguesa, você consegue’. Foi meu grande incentivador para que eu estivesse no microfone.
RELAÇÃO COM COMUNICADORES
Ana Paula Portuguesa: Deixei o Belisário e fui trabalhar com o Roberto Canazio. Outra pessoa maravilhosa, que é um grande amigo. Na minha opinião, um dos grandes comunicadores que a gente tem. Uma pessoa muito boa comigo. Também estive com a Monikinha Venerábile, uma pessoa muito boa e soube me valorizar muito. Isso é importante no rádio, você ser valorizado. Ainda mais que a gente sabe de todos os momentos difíceis que o rádio atravessa e é muito bom ter quem te valorize. Também trabalhei com o Tino Júnior, já no Sistema Globo de Rádio. Uma pessoa maravilhosa, um amigo, um irmão, a gente sempre se fala e se ajuda. Uma pessoa muito boa. Já na reta final da Rádio Globo, eu tive o prazer de conhecer outro ser humano especial que foi o Otaviano Costa. Um grande amigo que eu tive nesses últimos dois anos. Tenho certeza que vai ser para sempre. Também foi uma pessoa boa comigo, soube me valorizar.
RETORNO À TUPI
Ana Paula Portuguesa: Sou formada há mais de 20 anos como jornalista e desde o meu estágio eu estive no rádio. Quando eu saí da Rádio Globo, há três meses, pensei ‘o que vou fazer da vida agora?’. É complicado. Você passa 12 anos no mesmo lugar e apesar de ter feito várias coisas diferentes dentro do Sistema Globo de Rádio, você reflete como será o futuro. Na Rádio Tupi, eu tenho muitos amigos entre comunicadores, produção e jornalismo. Então pensei: ‘bom, acho que é para onde eu posso ir’. Coloquei-me à disposição, acabaram me convidando, por isso eu fui. Estou super feliz. Nem parece que tem 12 anos que saí da Tupi. É como se eu nem tivesse saído. Reencontrei muitas pessoas ali dentro. A Rádio Tupi é uma casa maravilhosa. É um lugar onde se faz rádio com amor. Qualquer trabalho que a gente faça, é trabalhar com amor e se sentindo bem. Ali, eu tenho conseguido me sentir bem.
SISTEMA GLOBO DE RÁDIO
Ana Paula Portuguesa: No Sistema Globo de Rádio, eu trabalhei na 98FM, na transição para Beat 98 e na Rádio Globo Rio, São Paulo e Minas. Também fiz a BH FM. Foi um grande aprendizado que eu tive. Sou muito grata. Tudo na nossa vida muda e passa. Meu tempo lá passou.
TÁ ROLANDO MÚSICA
Ana Paula Portuguesa: Nessa penúltima fase da Rádio Globo [2017-2019], eu tive o ‘Tá Rolando Música’. Era um programa meu e do Bruno Matos, um grande companheiro que eu tive lá nesse período. Foi um desafio para nós dois. Talvez até mais para ele, que tinha menos tempo de rádio. Eu tinha mais tempo, só que eu nunca tinha estado em um microfone sozinha. Realmente, foi um grande desafio e eu agradeço muito à direção antiga da Rádio Globo pela oportunidade. Foi ótimo, valeu a pena. O programa não era meu, foi do jeito que eles queriam como se fosse feito. Acho que, de repente, nem caberia aquele formato no atual momento que a rádio passava. Foi um desafio. Não só o Tá Rolando Música, eu apresentei o programa aos domingos, que era do Alexandre Ferreira. Quando o Antonio Carlos saiu da emissora, eu fiquei no horário. Nessa reta final, eu fiquei um mês apresentando o ‘No Ar’, quando o Otaviano Costa saiu de férias. Tudo são oportunidades e aprendizados. E eu aprendi muito. Acertei, errei, mas faz parte da vida.
NOVA [DA NOVA] RÁDIO GLOBO
Ana Paula Portuguesa: Falar da Rádio Globo é um pouco complicado. Eu acho que o que aconteceu nos últimos anos, a rádio perdeu a identidade dela. A Rádio Globo que a gente acompanhava desde pequenos. Qualquer mudança que você faça, é preciso ouvir quem recebe o seu produto. Você tem que ouvir o público. Eu acho que a Rádio Globo perdeu, nos últimos anos, esse contato com o público. Quando nós passamos da 98FM para a Beat 98, nós tivemos palestras, reuniões, a gente conseguiu entender qual era o nosso novo público. Deu super certo, a gente fez o Show do Tino. Nós sabíamos com quem nós estávamos falando. Foram tantas mudanças na Rádio Globo nos últimos anos, que ficou difícil saber qual era o público… Eu acho que no rádio você não precisa ficar fazendo sempre a mesma coisa, você pode mudar. Acompanhar as evoluções da modernidade sem uma mudança muito radical.
A SAÍDA DO SISTEMA GLOBO DE RÁDIO
Ana Paula Portuguesa: Não vou dizer para você que foi tranquilo para mim. Mas faz parte da vida. Chega um momento da nossa vida que é igual a casamento. Você separa, junta, separa, junta. Acho que foi mais ou menos como o que aconteceu comigo. Eu saí na hora certa. Aproveitei esse tempo e viajei de férias, que já estavam marcadas, descansei, organizei a minha vida, até acertar a volta para a Super Rádio Tupi.
RELAÇÃO COM OS OUVINTES
Ana Paula Portuguesa: Eu não teria conseguido tudo o que construí se os ouvintes não fossem tão carinhosos comigo. Com todas as mudanças que eu enfrentei nesses 12 anos na Globo, quando saí da Tupi, sempre atenciosos. Como são hoje. Hoje mesmo,voltando pra Tupi, tinham ouvintes lá [na redação] visitando o Antonio Carlos e me conheciam na época da rua do Russel, me cumprimentaram e desejando coisas boas. O ouvinte é o público para quem a gente trabalha. Sem o carinho deles eu não sei se conseguiria enfrentar tantos desafios. Vou ser muito sincera com vocês: foram muito difíceis os desafios para mim, como profissional e pessoa. E espero contar com esse carinho e com essa torcida.