O blog teve a honra de conversar com um dos maiores nomes do rádio esportivo do Brasil, especialmente do Rio de Janeiro. Neste 5 de abril, dia em que completa 63 anos, o narrador esportivo Luiz Penido abriu o jogo e falou sobre a carreira e a expectativa de narrar sua décima Copa do Mundo.
Penido se divide em várias frentes no momento: além da Rádio Globo, onde está há seis anos na sua segunda passagem, ele também apresenta do ‘Balanço Esportivo’, na CNT todos os domingos, e interage com o público através das redes sociais, especialmente pelo Facebook e Twitter.
Famoso por bordões como “‘Barato Bom”, “Põe o pé na forma, bicho” e “Rala rala”, Luiz Penido é um dos grandes personagens da mídia carioca. Confira na íntegra o bate-papo com o Garotão da Galera, como é carinhosamente conhecido pelos colegas e ouvintes.
Em tempo: o blog admira a força, a simpatia e a disponibilidade de Penidaço.
#Audiência: Penido, são 63 anos de idade neste 5 de abril e próximo de completar meia década de carreira, qual o balanço que você faz até aqui?
Luiz Penido: Extremamente positivo. Comecei ainda muito jovem em 1969 na famosa equipe de Waldir Amaral como trigésimo sexto de uma equipe de 36 pessoas. Tive a oportunidade de narrar cinco mundiais de basquete, nove Copas do Mundo e um incontável número de grandes jogos, com alguns gols muito marcantes, além de dezenas de GPs de Fórmula 1. Consegui subir todos os degraus da escada.
#Audiência: Você é um dos narradores mais queridos do Rio, especialmente por essa marca com o rádio popular. Podemos dizer que ao narrar um gol é como se houvesse ali um torcedor da arquibancada com o microfone na mão, tamanha a emoção?
Luiz Penido: Sem dúvida. Vivo a emoção de cada gol e procuro turbinar a alegria do torcedor que está comemorando seja Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense ou a Seleção Brasileira.
#Audiência: São muitos bordões, os mais famosos ‘Barato Bom’, ‘Nas Ondas do Rádio’, ‘Rala rala’, ‘Fortalece a Massa’, entre outros. De onde surge tanta criatividade que consegue manter essa identidade auditiva?
Luiz Penido: Fruto de observação do que está acontecendo e bombando. Alguns se cristalizam. Gíria de praia, música, cânticos de torcida, momentos da sociedade… É por aí.
#Audiência: São muitas rádios na carreira: Eldorado, Globo, Tropical e a Tupi, onde você marcou uma geração. Você é um homem do Rádio. Como você avalia este mercado, especialmente no Rio, onde a crise parece maior?
Luiz Penido: Avalio como um momento de transição inserido no contexto evolutivo do veículo que já atravessou diversas etapas. Revoluções como rádio abandonando válvulas, rádio portátil, aumento de potência, migração pra FM e adequação a plataformas digitais. Tudo se transforma.
#Audiência: Atualmente na Rádio Globo, você se prepara para sua décima Copa do Mundo. Como é que se antecedem esses dias do Mundial?
Luiz Penido: Para mim a Copa do Mundo começa muito antes do evento em si. O “start” é dado a partir das Eliminatórias. Daí em diante é uma loucura que não para até o jogo da final.
#Audiência: Você vai à Rússia ou fará a Copa aqui do Brasil?
Luiz Penido: Essa é uma estratégia que o Grupo Globo está terminando a formatação. Saberemos em pouco tempo.
#Audiência: Como você lidou com a mudança do segmento de público da Rádio Globo, em junho de 2017? Afinal você é um legítimo representante do rádio popular e a rádio virou o chip neste segmento..
Luiz Penido: No caso do futebol a mudança foi muito pequena, limitando-se a uma nova roupagem com vinhetas renovadas. Mas lido muito bem com projetos pioneiros. Sobre o resultado… o tempo dirá.
#Audiência: Podemos dizer que embora o rádio seja o seu DNA, você atua em diversas plataformas. No ‘Balanço Geral’, na CNT, e também nas redes sociais, sempre muito ativo. Falta alguma coisa ainda para o Luiz Penido se sentir realizado na carreira?
Luiz Penido: Falta muita coisa. O Balanço Esportivo que tem tido grande crescimento é um dos produtos que eu quero expandir por gostar muito do veículo TV. Claro que o rádio é meu xodó, mas vislumbro estender minha participação em diversas plataformas digitais.
#Audiência: Como é sua preparação em dia de jogo na rádio e programa na TV?
Luiz Penido: Sou um cara desencanado, mas não posso descuidar de coisas básicas como estar bem dormido, evitar gelado nas vésperas de transmissões e sobretudo durante, quando a garganta está aquecida e o choque térmico é fatal.
#Audiência: Toparia um desafio de narrar na TV?
Luiz Penido: Por que não? Já fiz algumas vezes na antiga TVE e acho que seria legal. Amo o que faço no veículo que faço, mas não descarto ampliar os horizontes, sempre.
#Audiência: É nítido e dito por ti que você ama os quatro grandes clubes do Rio. Sempre ousado, arrisca no grito de campeão, classificação até mesmo com antecedência. A ousadia faz parte do seu trabalho… Te incomoda quando acontece um erro, como ocorrido em 2014 quando anunciou a classificação do Flamengo no duelo com o Atlético-MG?
Luiz Penido: Tem duas faces essa moeda. Minha vibração e coragem são diferenciais e me ajudaram muito até aqui. No jogo de 2014 eu narrava para a torcida do Flamengo e não para os atleticanos, que têm todo meu respeito independente de não serem meu público. Foi um jogo muito atípico que entrou pra história do Atlético Mineiro. Narrar futebol com emoção é correr risco.
#Audiência: Qual sua expectativa pelos jogos da Copa? Como vai o Brasil? E o futebol do Rio na temporada?
Luiz Penido: A Copa é uma competição de mata-mata… a Seleção vive um grande momento e é uma das três favoritas, na minha opinião. França e Alemanha destacadamente, mas também Argentina, Espanha, Bélgica e Inglaterra não podem ser desconsideradas. Acredito que o Neymar se recuperará e não faltam motivos pra ter fé no Hexa. Já o futebol carioca é uma incógnita para o Brasileirão. É prematuro avaliar a possibilidade de desempenho dos nossos times. Meu desejo é comemorar títulos cariocas não só no Brasileiro como em outras competições também.
#Audiência: Domingo tem decisão do Carioca… Qual sua expectativa para narrar mais uma final no Maracanã?
Luiz Penido: Total. Como sempre, porque eu gosto muito de jogo grande como é o caso desse.
Imagem: Facebook Luiz Penido