O polêmico uso de IA (Inteligência Artificial) em um documentário vem fazendo a Globo ser alvo de críticas públicas. Nesta quarta-feira (5), o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ) emitiu uma nota de repúdio contra a plataforma Globoplay e expôs os problemas que esta economia rende ao mercado e ao público.
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“Ao optar por uma solução tecnológica em detrimento dos dubladores, a Globoplay não apenas prejudica esses trabalhadores, retirando-lhes oportunidades de emprego, mas também compromete a qualidade do produto final oferecido ao público”, diz parte do texto.
O caso ocorreu durante o conteúdo: “Rio-Paris: a tragédia do voo 447“. Inclusive, a iniciativa gerou uma nota zero da colunista Ana Luísa Santiago, do jornal O Globo, veículo pertencente ao grupo.
Como houve convidados que falavam em francês, em vez de trazer um “narrador-tradutor”, a aplicação da ferramenta resolveu a pendência. A decisão de optar por uma narração sem vida vem gerando críticas no mercado e de assinantes do Globoplay.
Confira a nota de Repúdio do SATED-RJ a Globoplay no uso de Inteligência Artificial em documentário!
O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro
(SATED-RJ) vem, por meio desta nota, expressar sua profunda indignação e repúdio à decisão da Globoplay de utilizar inteligência artificial para dublar o documentário “Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447”, empregando vozes autorizadas das próprias pessoas envolvidas na tragédia.
Essa escolha, motivada exclusivamente por questões econômicas, representa um desrespeito inaceitável aos profissionais de dublagem, que se dedicam a essa arte com talento e sensibilidade. Ao optar por uma solução tecnológica em detrimento dos dubladores, a Globoplay não apenas prejudica esses trabalhadores, retirando-lhes oportunidades de emprego, mas também compromete a qualidade do produto final oferecido ao público.
A dublagem exige experiência e uma capacidade interpretativa que vão muito além da mera reprodução de vozes. Substituir essa competência humana por inteligência artificial desvaloriza a profissão e entrega um resultado de qualidade inferior, prejudicando a experiência do espectador.
Exigimos que a Globoplay e o grupo Globo reveja suas políticas e passe a valorizar os profissionais que contribuem de maneira essencial para a excelência das produções audiovisuais brasileiras. O respeito aos dubladores é fundamental para a manutenção da qualidade e integridade da nossa indústria”
Globo tenta esclarecer o caso:
À coluna Play, a Globo tentou esclarecer o uso de inteligência artificial no documentário “Rio-Paris: a tragédia do voo 447“:
“A Globo sempre esteve na vanguarda da inovação tecnológica, e não tem sido diferente com a adoção da inteligência artificial. Antes mesmo de as ferramentas disponíveis estarem sendo aplicadas pelo mercado, realizamos testes e desenvolvemos soluções internas que estão em experimentação e uso, especialmente em apoio aos talentos, aos processos produtivos e à acessibilidade. Assim como em nossas demais atividades, sempre de forma ética, com transparência, buscando a qualidade e respeitando a questão dos direitos. Foi o que aconteceu, por exemplo, em ‘Rio-Paris’: cumprimos o compromisso assumido com algumas empresas de dublagem de não utilizar as vozes de seus dubladores através de processos de IA ou para o treinamento de IA”, disse, em resumo, o canal.
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