Um post no Twitter chamou a atenção da redação da TV Globo, no Jardim Botânico, zona sul do Rio. O repórter Carlos De Lannoy foi ameaçado de morte após assinar uma matéria para o ‘Fantástico’, na noite de ontem (7), sobre o fuzilamento de uma família por membros do Exército no Rio.
Após o conteúdo ir ao ar, De Lannoy compartilhou um comentário feito pelo usuário com o nome “erikprocopio” onde dizia: “Se você escolher falar merda e defender bandido, é escolha sua! Mexeu com o exército, assinou sua sentença! Sua família vai pagar. Aguarde cartas”, escreveu em tom ameaçador.
Sem se intimidar, o repórter da TV Globo compartilhou o texto ameaçador e prometeu não deixar o caso impune: “Não ficará assim”, escreveu De Lannoy no Twitter.
No material que foi ao ar no dominical, o jornalista conta sobre uma operação do Exército que fuzilou um veículo no Rio de Janeiro. A trágica ação aconteceu na Vila Militar, na zona norte do Rio, na tarde deste domingo (7). O carro de uma família foi atingido por 80 tiros, segundo perícia da Polícia Civil. No interior de veículo estavam quatro adultos e uma criança de 7 anos.
O músico Evaldo dos Santos Rosa (51) não resistiu após ser atingido por um dos disparos e morreu na hora. O sogro de Evaldo também se feriu e está hospitalizado. Os demais passageiros, apesar do susto, não tiveram ferimentos graves.
Após a ação, a polícia ouviu os militares envolvidos e entendeu que não havia motivo para prisão em flagrante. Segundo informações da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, os agentes militares confundiram o carro de Evaldo com de possíveis assaltantes. Uma das passageiras do veículo, amiga de Evaldo, contesta a versão do Exército e afirma que não houve sinalização antes do fuzilamento.