Edson Mauro revela perrengue em estádio: “tapa na cabeça, cusparada e cerveja”
Principal narrador da Rádio Globo, no Rio de Janeiro, Edson Mauro contou, recentemente, qual foi o pior perrengue em sua carreira durante a transmissão de um jogo de futebol.
Surpreendentemente, o narrador, de 70 anos, trouxe detalhes de um dos episódios que mais chamou a atenção de sua carreira e detalhou que chegou até mesmo tomar “tapa na cabeça, cusparada e cerveja” de torcedores em um estádio.
Em entrevista ao Fora de Jogo Podcast, Edson foi perguntado qual foi o estádio mais difícil de exercer sua atividade narrador. Ele revelou que passou um forte perrengue durante um jogo fora do Rio de Janeiro:
“O jogo da Copa da Libertadores, em La Plata, na Argentina. Fui fazer um jogo lá e a Rádio Globo não mandou um operador [de som, para colocar a transmissão no ar]. Fomos eu e o Elso Venâncio, que era repórter… Um jogo do Flamengo contra o Estudiantes de La Plata, jogo brasileiros e argentinos, pela Libertadores, que é uma guerra”, iniciou.
NARRAÇÃO NO MEIO DA GALERA
A surpresa aconteceu ao ouvir de um operador que não havia cabine ou local de posicionamento para profissionais do rádio considerados “visitantes”, em La Plata:
“Chegamos cedo [ao estádio], 5 horas da tarde, o jogo era 9 ou 9h30. Eu e Elso Venâncio fomos procurar um operador local, que a Rádio Globo havia contratado. Quando eu perguntei: ‘onde é que fica a nossa cabine?’. [operador respondeu]: ‘Não, vocês não têm cabine’. Você vai ficar ali. Olhei o ‘ali’ e era no meio do povo, o meio da torcida. Falei: ‘como ali?’. [operador respondeu]: ‘não há cabine para rádio visitante’. Eu falei: ‘como é que que eu vou fazer?’. [operador respondeu]: “Você fica lá. Vou botar sua linha, seu microfone, o que você precisar, e, tipo assim, você se vira’. Eu fui para o meio da galera”, revelou, ficando só na torcida, enquanto Venâncio seguia para o gramado fazer as reportagens.
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Ciente de que teria uma difícil missão, afinal, estava narrando um jogo para brasileiros no meio dos argentinos, Edson precisou usar uma tática para deixar o local sem problemas. O frio de La Plata, sem querer, primeiramente, acabou jogando a favor:
“Um frio desgraçado. Comecei a narrar o jogo e eu estava usando um ‘capotão’. Na hora, fiz o famosos falsete: que é você diminuir a sua voz para poder dar a impressão de que você está tendo o mesmo rendimento… Você está falando baixinho, mas no rádio, o cara amplifica, dá um tratamento“, contou.
APÓS GOL, MOMENTO CRÍTICO
Para piorar o perrengue, o Flamengo fez um gol no jogo e a situação complicou para Edson Mauro: “Na hora, o Flamengo fez um gol, o que eu levei de tapa na cabeça, cusparada e cerveja. Uma loucura e eu lá, ia fazer o que? Eu tive que narrar o jogo até o final e não tive de nenhum argentino nenhuma atitude de solidariedade”, diz o narrador, sem lembrar o ano e o placar da partida.
Pela Libertadores, o Flamengo fez apenas dois jogos em La Plata, contra o Estudiantes. Em contrapartida, o clube rubro-negro só marcou em um destes duelos.
Ou seja, tudo indica que o caso tenha ocorrido em Estudiantes 1 x 1 Flamengo, em 29 de outubro de 1992, no estádio Jorge Luis Hirschi, pela Supercopa Libertadores. Os demais jogos entre os clubes ocorreram em Buenos Aires, Rio de Janeiro e Brasília.
O relato pode ser visto no conteúdo do Fora de Jogo Podcast, a partir de 1h41 min.
O que você precisa saber, em resumo:
- Principal narrador da Rádio Globo, no Rio de Janeiro, Edson Mauro contou, recentemente, qual foi o pior perrengue em sua carreira durante a transmissão de um jogo de futebol;
- “O jogo da Copa da Libertadores, em La Plata, na Argentina. Fui fazer um jogo lá e a Rádio Globo não mandou um operador [de som, para colocar a transmissão no ar]”, iniciou ao Fora de Jogo Podcast;
- “Quando eu perguntei: ‘onde é que fica a nossa cabine?’. [operador respondeu]: ‘Não, vocês não têm cabine’. Você vai ficar ali. Olhei o ‘ali’ e era no meio do povo, o meio da torcida. Falei: ‘como ali?’. [operador respondeu]: ‘não há cabine para rádio visitante'”, disse, em seguida”;
- “Na hora, o Flamengo fez um gol, o que eu levei de tapa na cabeça, cusparada e cerveja. Uma loucura e eu lá, ia fazer o que? Eu tive que narrar o jogo até o final e não tive de nenhum argentino nenhuma atitude de solidariedade”, finalizou, surpreendentemente.
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Imagem [capa]: Reprodução / TV Brasil (Twitter)