Infectologista do Rio aponta equívoco em matéria do Jornal da Record e pede acerto

Conhecido pelo grande público do Rio, o médico Edimilson Migowski afirma que uma declaração sua feita ao Jornal da Record na última sexta-feira (27), sobre a criação do chamado “passaporte da vacina”, da Prefeitura do Rio, foi colocada fora de contexto.

A matéria foi assinada pela jornalista Vanessa Libório e teve duração de 2min e 20 segundos. A fala de Migowski entrou no fim do material, entrou nos quinze segundos finais do material, segundo o vídeo disponível no portal R7. Segundo o infectologista, a declaração foi dada ao repórter Sylvestre Serrano.

Momentos após ver o conteúdo no ar, Edimilson Migowski fez um áudio de 4 minutos, aproximadamente, e disponibilizou o conteúdo em grupos de médicos nas redes sociais. Ele pediu que o material circulasse em grupos do aplicativo, pois não apoia o “passaporte da vacina”.

Confira o áudio no vídeo abaixo a partir de 1:47, através de nosso canal no Youtube ou em texto, fielmente redigido na sequência:

“Acabou de ser veiculada agora na televisão [27 de agosto], na TV Record, no jornal nacional da TV Record, uma entrevista que eu concedi ao Sylvestre [Serrano], que é o repórter que fez a entrevista comigo, e parece que, na edição, deu a entender que eu sou favorável ao passaporte sanitário, que foi uma medida que vem sendo defendida pelo Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Quero deixar claro que eu sou totalmente contra o passaporte, por vários motivos. Primeiro, se você defendesse o passaporte para a covid[-19], para a vacinação contra a covid[-19], deveria, no meu entendimento, obrigatoriamente, exigir o passaporte contra sarampo, caxumba, rubéola, contra as vacinas disponíveis do programa nacional de imunização. Este é o primeiro ponto. O segundo ponto é que se você adota a medida de emissão de passaporte, a ideia é que você está livre para continuar fazendo tudo sem nenhum receio, como se a vacina desse uma imunidade plena, e a gente está vendo, na prática, que essa imunidade não é tão boa assim e para algumas vacinas essa imunidade é muito ruim, principalmente para a cepa Delta, que vem circulando no nosso país. Inclusive, tem dados mostrando que pessoas vacinadas vêm tendo um quadro clínico de pior evolução do que quando contraem a cepa Delta, do que aquelas pessoas que não foram vacinadas e que adoeceram. Então, nesse momento, exigir-se, fazer uma exigência de uma obrigatoriedade da vacina contra a covid[-19] para que as pessoas possam transitar ou frequentar lugares públicos, me parece muito mais uma medida política do que uma medida técnica-científica. E tem mais: se você fizer isso, vai dar ideia que você está plenamente protegido e não é verdade. Então, eu sou favorável, sim, a escolha das vacinas. Não acho que vacina boa é vacina no braço. Na minha opinião, têm algumas vacinas deveriam ser destacadas ou destinadas para determinados grupos. Eu sou contrário à vacinação indiscriminada. Até porque o caso da covid[-19], principalmente em adolescentes, o quadro clínico costuma ser muito brando, com a cepa Delta não é diferente. A gente tem a ferramenta e o tratamento imediato. Eu não gostaria de correr riscos com uma vacina que pudesse dar um evento adverso, do tipo miocardite, ou evento adverso do tipo trombose no sistema nervoso central grave. Para evitar uma doença, que num determinado grupo de pessoas se mostra de uma forma branda, e, quando tratada de forma imediata, mesmo em pessoas de alto risco, o resultado é bastante favorável. Então, eu queria que isso circulasse nos grupos de WhatsApp para deixar claro que eu, Edimilson Migowski, sou totalmente contra o passaporte sanitário como medida de contingenciamento da covid-19. Esse áudio está sendo gravado hoje, 27 de agosto de 2021”, disse o áudio disponibilizados em grupos de médicos.

Em conversa com o Audiência Carioca, o Dr. Edimilson Migowski disse que solicitou à Record TV uma errata e acrescentou:

“No dia 27 de agosto concedi uma entrevista para a TV Record [Sylvestre Serrano]. A matéria que foi ao ar deu a entender que eu seria favorável ao PASSAPORTE SANITÁRIO. Ressalto que não tenho essa opinião. Não creio que essa medida seja eficiente no contingenciamento da COVID-19. E tem mais, não é coerente, para obtenção do PASSAPORTE SANITÁRIO, exigir-se apenas a vacinação contra o SARS CoV 2, deixando fora outras vacinas que evitam muitas outras doenças mais infecciosas, mais graves e (BEM) menos polêmicas. Esse tipo de exigência não é técnica e nem científica! É uma decisão política, e disso eu não entendo, afinal sou MÉDICO, MESTRE e DOUTOR em medicina… Sem qualquer formação em Ciências Políticas!”, acrescentou Migowski, através de um contato feito por texto, fielmente reproduzido.

Procurada, a Record TV não se manifestou até o fechamento desta nota. Caso seja feito, este espaço será atualizado.

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Imagens: Instagram

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