Mandetta critica imprensa em coletiva; Ana Paula Araújo “janta” ministro no Jornal Nacional

Que o ministro Luiz Henrique Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro não falam a mesma língua sobre os métodos da pandemia de Coronavírus, isso todo mundo já sabe.

Tentando mostrar alguma sintonia e agradar a presidência, Mandetta resolveu atacar a imprensa durante uma coletiva do Ministério da Saúde neste sábado (28).

“Desliguem um pouco a televisão. Às vezes ela é tóxica demais. Há quantidade de informações e, às vezes, os meios de comunicação são sórdidos porque eles só vendem se a matéria for ruim. Nunca vai ter que as pessoas estão sorrindo na rua. Senão, ninguém compra o jornal… Todo mundo tem que se preparar, inclusive a imprensa. Se não for assim, vai trazer mais estresse à população”, afirmou o ministro.

O choque de contradições em posicionamentos sobre o cumprimento do confinamento entre Mandetta e Bolsonaro é outro ponto abordado pela mídia, mesmo os jornalistas dando apoio ao discurso do ministro. Esse foi um dos assuntos mais explorados na editoria de política ao longo da semana.

ANA PAULA ARAÚJO RESPONDE

Durante o Jornal Nacional deste sábado (28), Ana Paula Araújo pediu a palavra para discordar e emitir sua opinião sobre o discurso de Luiz Henrique Mandetta contra os jornalistas.

“O ministro da saúde encontrou uma outra maneira de agradar o presidente: criticou o trabalho da imprensa, afirmando que os meios de comunicação são sórdidos, porque na visão dele só vendem se a matéria for ruim. Na pandemia de um vírus letal contra o qual não há medicamentos ou vacina é estarrecedor que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger. Há muitos trabalhos essenciais, dos médicos e enfermeiros em primeiro lugar, mas nós jornalistas estamos nas redações e nas ruas arriscando nossa saúde, para cumprir nossa missão. E fazemos isso com orgulho”, finalizou a jornalista.

É sempre bom lembrar que a imprensa é uma das atividades tidas essenciais, inclusive sancionada em decreto presidencial pelo Governo Federal.

Imagem: Reprodução TV

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