Crítica: Os sete erros capitais que o Mestre do Sabor não pode repetir em sua segunda fase

Dinheiro, estrutura e profissionais de ponta não são suficientes para a garantia do sucesso. Há pelo menos cinco anos, a onda de competições gastronômicas tomou conta da TV brasileira.

Ser um “filhote” do Masterchef não é fácil. Apesar de um formato já tido como batido, as polêmicas e as reviravoltas são ingredientes fundamentais nesse mexidão. Saber cozinhar é importante. Editar, mais ainda.

Mestre do Sabor é a enésima produção que tenta explorar o ramo gastronômico e deixa a desejar em alguns aspectos. A partir desta quinta-feira (31), a atração de Claude Troisgros inicia a fase de equipes. Nós listamos sete pecados da atração, que poderiam ser repensados para esta reta final de reality.

  • FALTA IDENTIDADE: Apesar de existirem diversos produtos que vieram após o sucesso do Masterchef, todos, sem exceção, têm um propósito e um rumo. O Mestre do Sabor é uma colcha de retalhos. Uma mistura de provas às cegas, formação de equipes pelos capitães e palco flutuante. Em resumo: colocaram uma colher de pau com temperos nos musicais do The Voice Brasil e Superstar. Nada absolutamente novo, reinventado e, por ora, sem nenhum objetivo. Só o interesse de disputar para ser o melhor cozinheiro na Globo é pouco;
  • NÃO TE QUERO, MAS VOCÊ É BOM: Falta pegada crítica ao programa. Se o prato não é interessante, deve-se dizer ao concorrente os erros técnicos e o que se deve melhorar. Fazer previsões do tipo “seu futuro é brilhante” pouco importam ao telespectador. O futuro a Deus pertence. José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão precisam ser mais transparentes;
  • O APRESENTADOR: Claude Troisgros é uma simpatia, mas é difícil de entender o que ele diz. Caberia muito bem como um jurado – coisa que ele também fará a partir de hoje (31). Muitas vezes quem está em casa precisa se esforçar para entender o que se diz. A presença de Ana Maria Braga logo mais, como convidada especial, é a prova de que um comunicadora nata faz falta;
  • COZINHAR QUE É BOM: Nas três primeiras edições foram poucas as vezes que vimos os participantes cozinharem. No máximo uma refogada de última hora, quando necessário. Muito detalhe da vida dos telespectadores, que para um início, também pouco acrescenta. Melhor ir apresentando os cozinheiros ao longo que a temporada esquenta. Em um programa de culinária, não precisa dizer que cozinhar é o lema;
  • EFEITO SURPRESA: Até aqui o programa surpreendeu zero pessoas. Não houve uma disputa, um ingrediente de última hora, um tempo limite para mercado e um prato cozido de rompante. Sacudir os participantes e quem está em casa é fundamental;
  • TRETAS, MAS COM MODERAÇÃO: As rivalidades em uma disputa, seja gastronômica ou não, sempre acontecem. Especialmente no que se diz nas entrevistas pós-gravação. O zum zum zum entre os cozinheiros é constante. Profissionais dessa área são vaidosos, ou seja, tretas não faltarão. Em contrapartida, é preciso que as confusões não passem por cima do interesse principal do programa: cozinhar;
  • PLATEIA: Boninho e suas cismas com a plateia. Para final ao vivo era suficiente. Do resto, apenas complementa.
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