Opinião: ‘Por Amor’ esfrega na nossa cara que para fugir das tretas viajar é o melhor remédio. Mas… cadê a grana?!

Veneza, Buenos Aires, Nova York, São Paulo, Angra… O roteiro de viagens de Por Amor vai muito bem, obrigado. Quase sempre as agências de viagens da trama do ‘Vale A Pena Ver de Novo’ jogam na nossa cara que quando as coisas não estão bem o negócio é zarpar de onde se está. Rápido e ligeiro.

Mesmo exibida em 1997, o recado é atualíssimo. Brigou com o marido? Vai viajar. Perdeu o bebê ou trocou o filhote na maternidade? Partiu aeroporto. Muito trabalho na construtora? Helicóptero para Angra.

Lua de mel em Penedo é fichinha para quem já tinha um cartão internacional bombando nos tempos em que as milhas nem eram assim tão cobiçadas.

O mais curioso de tudo é que planejamento se torna uma palavra fora de ordem para quem vive na luxuosa casa de Branca Letícia de Barros Motta, junto à classe emergente da Barra da Tijuca, ou no mais simples apartamento de Helena, na zona sul do Rio. Dinheiro é mero detalhe. Folga na agenda de trabalho? Coisa fácil de se encontrar… Dez ou vinte dias, em três ou quatro oportunidades no ano…

Ah… e estamos falando de uma época em que já existia internet, mas onde o e-commerce [compras pela internet] estava muito longe de ser algo a ser requisitado. Tudo tinha que ser feito no maior esforço possível, indo até o aeroporto ou às agências de companhia aérea. Uma trabalheira que se fazia com o sorriso no rosto.

MORAL DA HISTÓRIA

Entretanto, uma boa lição a trama de Manoel Carlos joga – e bem! – na nossa cara. Viajar é sim uma grande oportunidade de começar de novo, de arejar a cabeça, de fugir do ranço que nos cerca no cotidiano. Mesmo que, para isso, tenhamos que parcelar tudo em 10x sem juros, ficar horas na internet buscando passagens baratas ou aquele descontinho em hotéis. Coisas que os personagens de ‘Por Amor’ sequer nos ensinam a fazer.

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