Entrevista: Alessandro Lo-Bianco, o lado carioca do ‘A Tarde É Sua’, faz um balanço sobre sua estreia na telinha

Um dos destaques do programa ‘A Tarde É Sua’, da RedeTV, Alessandro Lo-Bianco trouxe ao programa de Sonia Abrão um toque carioca à atração. Com uma câmera, um microfone conectado à internet e seu escritório em casa como cenário, o jornalista traz informações quentes do que acontece direto do Rio de Janeiro.

Em 2018, Alessandro acrescentou informações que mexeram com o noticiário de celebridades não só na TV, mas que repercutiram também na internet. Com exclusividade, trouxe entrevistas sobre o caso envolvendo a paternidade da filha da atriz Letícia Lima e foi o primeiro a mostrar a mansão da família de Saulo Poncio, envolvido também no episódio.

Além disso, trouxe à TV, em primeira mão, o diagnóstico de leucemia revelado pela atriz Susana Vieira, em gravação no ‘Domingão do Faustão’. Também mostrou, antes mesmo da Globo, imagens de Marina Ruy Barbosa cantando ao lado de Roberto Carlos no especial de fim de ano.

Neste ano, foi o primeiro jornalista a conversar com José Mayer, um dia antes de sua demissão, em janeiro. Também vem movimentado o jornalismo de celebridades, com exclusivas sobre os bastidores de ‘O Sétimo Guardião’.

Embora essa seja sua primeira vez à frente da telinha, Lo-Bianco já teve passagens pela Record TV e pela Band, só que na linha de produção, por trás das câmeras. Também atuou no meio impresso carioca, nos jornais ‘O Dia’ e pelo grupo ‘O Globo’.

Alessandro Lo-Bianco nos tempos da Record TV – Arquivo Pessoal

Paralelamente, o jornalista também tem uma segunda paixão: escrever livros. Possui nove obras publicadas no mercado. Pela internet, dá pequenas dicas aos seus seguidores sobre o veganismo.

Audiência: Como surgiu essa nova oportunidade de ser correspondente do Rio de Janeiro para o ‘A Tarde É Sua’?

Alessandro Lo-Bianco: Mesmo depois de uma década no jornalismo policial e investigativo, de alguma forma eu sempre estive por dentro do jornalismo de celebridades, seja com colegas de profissão ou em círculos de amigos. Comecei a trabalhar nesse segmento há 15 anos, na Editora Abril, e tive bons furos na época – o fim do casamento da Thais Fersoza com o Joaquim Lopes durante a lua de mel, sua relação com Paola Oliveira, a dependência química do Fábio Assunção, a gravidez e o fim da relação da Daniele Winnits com o Jonatas Faro, e outras notas de grande repercussão – e quando fui para o jornalismo investigativo nunca deixei de acompanhar e me envolver com esse mercado. Sempre gostei e assisti muita televisão. Retornei à TV depois de dez anos como produtor executivo da RecordTV Rio e, após três anos, recebi o convite do Elias Abrão, pelo telefone, para integrar a equipe do ‘A Tarde É Sua’, aqui do Rio de Janeiro. Fiquei muito feliz pela oportunidade e topei na hora.

Audiência: A gente viu que você conseguiu alguns furos, como a primeira entrevista da atriz Letícia Almeida, os problemas com os alunos do ‘Master Class’, com o autor Agnaldo Silva. Basicamente, é essa a sua função no programa, trazer fatos que ninguém está sabendo?!

Alessandro Lo-Bianco: Entrei no programa pra somar. E pra somar a gente pensa em agregar tudo o que a gente pode. Trazer furos, fazer produções e coberturas de matérias, tudo o que der pra agregar valor e juntar a sua experiência com a oportunidade que o programa oferece. A proposta é estar aqui da Cidade Maravilhosa aumentando a cobertura no Rio e trazendo cada vez mais informações exclusivas. Mas, no A Tarde é Sua, a equipe é como uma família, e por isso tenho liberdade para entrar com os mais variados fatos, independentemente de estarem acontecendo no Rio ou em qualquer outro local do Brasil. Nosso programa é de abrangência nacional, todos acabam trabalhando juntos pra levar a melhor cobertura dos acontecimentos mais relevantes para o telespectador.

Audiência: Você já trabalhou por trás das câmeras, esta é sua primeira oportunidade em TV, frente à imagem, certo?! Como está sendo essa migração?!

Alessandro Lo-Bianco: Está sendo uma experiência bem bacana. Para o meu trabalho, especificamente depois dos últimos 10 anos, é mais significativo ainda porque estive durante quase toda a última década em diversos locais e momentos me escondendo de diversas maneiras, muitas delas com câmeras escondidas para investigar os mais diferentes assuntos e passando pelos mais variados personagens atrás da informação. Voltar à TV com mais liberdade e, principalmente, de volta ao jornalismo de celebridades que nos dá e nos cobra esse crédito em nome da transparência e da ética – está sendo como sair de dentro de um carro com ar-condicionado e poder trabalhar novamente ao ar livre com leveza e liberdade.

Audiência: Tem gente que gosta de desvalorizar o jornalismo de celebridades, mas nós vemos que é um assunto que cada vez mais cresce na internet e na TV. É difícil trabalhar com esse segmento?

Alessandro Lo-Bianco: Essa questão é tão interessante no meu olhar que foi tema do primeiro livro que eu publiquei: “Jornalismo de Celebridades, a linguística como ferramenta editorial”. A maioria das pessoas que menospreza o jornalismo de celebridades, normalmente faz isso quando se depara com a informação de que é o mercado mais consumido hoje no mundo do jornalismo. Eles ficam indignados quando percebem que esse dado desconstrói tudo o que pensavam sobre o consumo da informação. Criticam e menosprezam por não entenderem a necessidade e a procura de consumo do seu próprio leitor ou telespectador. Sobre a dificuldade, não, nunca foi difícil fazer jornalismo de celebridades, já foi diferente. A forma de comunicação era outra, não tinham tantas ferramentas para que o artista se colocasse em cena 24 horas. Na minha opinião, o campo do jornalismo de celebridades está mais amplo, visível e divertido e fácil de fazer e apurar.

Alessandro Lo-Bianco é autor do livro ‘Jornalismo de Celebridades’.

Audiência: Incomoda o rótulo de fofoqueiro, muito usado para quem cobre o mundo artístico?

Alessandro Lo-BiancoNão me incomoda nem um pouco o rótulo de fofoqueiro. Pelo contrário, quanto mais me rotulam, mais percebo gente querendo falar comigo e me escutar. Pra fazer fontes, por exemplo, é o melhor rótulo que você pode esperar de quem deseja colocar algum bom assunto em circulação. (risos).

Audiência: Antes da TV, como era a sua vida profissionalmente?

Alessandro Lo-Bianco:  Antes da televisão minha vida profissional era menos previsível; minhas matérias, a maioria, eram sempre gravadas, ou postadas em tempo real de qualquer lugar no site, ou publicadas no jornal do dia seguinte, mesmo as factuais, e, portanto, eu tinha apenas um ‘deadline’ [linha final] com a edição, mas estava sempre em qualquer lugar falando, gravando e publicando qualquer tipo de pauta com fotos, vídeos e textos. No “ao vivo” é diferente, você tem seu horário para entrar, estar pronto pra abrir seu link, testar seus equipamentos, passar toda notícia num tempo certo e muitas vezes curto, dentro da grade de tempo do programa, e por isso é bem diferente, principalmente porque no jornalismo impresso ou no VT gravado, a expressão emocional e estética que você carrega na hora de dar a notícia é bem diferente daquela ao vivo, quando você vive junto com espectador, em tempo e hora real, a notícia. Então, acho que profissionalmente falando, antes de entrar ao vivo na televisão aberta, eu era menos preocupado. Hoje sou mais criterioso e passei a me cobrar mais, principalmente com a gestão do tempo.

Audiência: Como foi conhecer o pessoal da Roda da Fofoca, do A Tarde é Sua? Tem vontade de comentar também as notícias ou prefere ficar só na parte informativa?

Alessandro Lo-Bianco: Já conheci todos e fui recebido de braços abertos como se realmente fizesse parte de uma nova família. É como eu me sinto. No campo prático de trabalho, o programa me cede certa liberdade durante as entradas: ou mais informativo, ou com mais liberdade opinativa. Não há nenhum tipo de imposição ou barreira para trabalhar no programa. É muito gostoso trabalhar com eles. 

Audiência: Você é um vegano declarado. Como é essa mudança e o dia a dia de um adepto dessa prática?

Alessandro Lo-Bianco: Sobre a alimentação vegana, essa foi uma opção após estudar e ir atrás de mais informações sobre tudo que envolve nossa alimentação e a forma como ela é colocada à nossa mesa. Essa mudança veio esse ano e a minha maior dificuldade e preocupação sempre foram as proteínas, e também a minha vontade de comer ovo e queijo, que eu não vivia sem. Mas depois que pesquisei e estudei melhor a quantidade necessária de proteínas que meu organismo precisa e descobri a quantidade alimentos que substituem a carne, como os cogumelos e feijões por exemplo, e ainda aprendi a fazer queijo vegano – com leite que pode vir de diversos grãos – passei a adotar a alimentação mais saudável.

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