Elisângela Salaroli abre o jogo, fala sobre a carreira e programa na 93FM

Uma jornalista que joga em todas as pontas. Seja nas ruas, no helicóptero, na vida de celebridades ou até mesmo sozinha no estúdio, Elisângela Salaroli é uma profissional que chama a atenção do público. Especialmente o carioca, habituado a ouvi-la pelo rádio.

Atualmente no comando de ‘Café com Crente’, na 93FM, Elisângela vem rendendo excelentes resultados de audiência na faixa matutina. Aliás, foi na adolescência que a menina de Gramacho chegou à emissora até brilhar nos microfones da Super Rádio Tupi e na Rádio Globo, onde até se aventurou no quadro “Fofocas da Juju”, do Show do Antonio Carlos.

Casada com o jornalista Daniel Penna-Firme, do SBT Rio, e mãe do menino Miguel, o Audiência Carioca conversou com Elisângela Salaroli. Confira o bate-papo na íntegra

Audiência: Elisângela, você atualmente está à frente do ‘Café com Crente’, na 93FM. Conta como surgiu essa oportunidade e como está sendo essa experiência.

Elisângela Salaroli:  A 93 FM é uma segunda casa. Foi lá que comecei como recepcionista, aos 17 anos. Ainda se chamava Rádio Nacional FM e ficava em Vila Isabel. Foi lá que me projetei para o rádio e que surgiu a minha vocação. Fui discotecária, programadora musical, telefonista, produtora… Enfim, fiz de tudo. Saí, estudei Jornalismo, fiz carreira em outras emissoras e retornei à rádio, já como repórter em outras duas ocasiões. Conheço e amo todos na casa. Tenho um excelente ambiente lá. Com o passar do tempo, voltei a ser chamada para cobrir folgas e férias. Desta vez, fui convocada novamente, mas numa vaga para a qual não havia sido chamada até então: a de titular na comunicação em um horário. Agradeço demais à direção da rádio, nas figuras da Andréa Mayer, a diretora geral;  do Juliano Medeiros, o Coordenador de Jornalismo e toda direção da empresa pela oportunidade na nova função de locutora, mega feliz.

Audiência:  Sua linha de trabalho é a  jornalística, mas sempre utilizando o bom humor. Não é a toa que você é lembrada pelos ouvintes do rádio carioca. Como surgiu essa marca de ser tão popular?

Elisângela SalaroliFoi naturalmente. Não sou no rádio o que já não seja em casa, com a família. Não faço tipo e nem personagem. Ser alegre, divertida e irreverente é algo da minha personalidade mesmo. Como a primeira experiência em rádio que me deu grande visibilidade foi na Rádio Tupi, pude exercer essas características em sua plenitude. Na ocasião, eu participava do ‘Show do Apolinho’, com o grande professor Washington Rodrigues. Eu era “a namorada” do “Robetão”, um personagem debochado do programa. Falávamos besteiras, brincávamos e, com isso, eu me permitia ir além da notícia, sem, contudo, perder a credibilidade. Acabei me destacando e ganhando mesmo um tom mais popular, exatamente como eu sou. Daí em diante, fui trabalhando sempre em cima desse tom por todas as emissoras onde passei e aprendi  algo em cada uma delas.

Audiência:  Durante anos, você esteve com o microfone da Rádio Globo e foi uma das vozes da emissora nas ruas do Rio. Tem saudades dessa época, de ir para a rua conversar com o público?

Elisângela SalaroliClaro que tenho! Eu estava sempre ao lado do povo, das pessoas queridas que me tratavam com carinho e respeito. Eu sou do povo e gosto de dar voz a ele. Cresci num lugar pobre e esquecido pelo poder público: Gramacho, em Duque de Caxias. Portanto, quando converso com as pessoas simples, estou conversando com os meus: os meus amigos, os meus vizinhos, os meus familiares, enfim, a minha gente; muito embora eu hoje não more mais lá, quero ser sempre a voz do povo que é a voz de Deus, como dizia o poderoso Antônio Carlos e o grandioso Roberto Canázio. Ainda sobre a Rádio Globo, não posso deixar de lamentar tudo o que aconteceu com ela, com a mudança radical, mas espero que volte a crescer. Fui muito feliz lá. Foram anos maravilhosos, de grande aprendizado e notável crescimento profissional.

Audiência: Na Globo, você acabou ganhando a oportunidade de substituir a Jussara Carioca, a famosa Juju, do Show do Antonio Carlos. Já também cumpriu esse papel na nova fase do programa, na Super Rádio Tupi. Como foi esse trabalho?

Elisângela SalaroliFoi ótimo! quando recebi o convite, ainda na Globo, fiquei surpresa, já que a Juju é um ícone do rádio. Então eu disse a mim mesma que o caminho para fazer um bom trabalho seria não tentar imitá-la, mas ser eu mesma, ou seja, falar de maneira mais solta, despretensiosa, malandra, um tanto quanto picante… Se eu tentasse imitar uma pessoa já consagrada, ia me dar mal. Que bom que deu certo. Recentemente, a Juju precisou se ausentar do programa do Antônio Carlos já na Rádio Tupi e fui chamada de novo pelo próprio comunicador, que é muito meu amigo e de quem gosto demais. Mais uma vez foi uma experiência de sucesso, graças a Deus.

Audiência: Por falar em Antonio Carlos, você tem um famoso vídeo de uma entrevista de ano novo com muita repercussão no Youtube… Conta pra gente como foi aquele hilário dia.

Elisângela SalaroliNão foi no ano novo, foi no Dia de Iemanjá. Bom, era um quadro de “Povo Fala”, na Central do Brasil, de 06h às 08h. Todos os dias tinha uma pergunta que era passada pela produção. A pergunta do dia era para saber se as pessoas eram devotas de Iemanjá e se iam pedir algo especial à entidade naquele dia. Acontece que a produção me ligou faltando um minuto para entrar no ar e eu não tinha uma devota de Iemanjá ainda para entrar comigo. Só tinha católico e evangélico. Aí dei um grito: “Quem é devoto de Iemanjá aqui”? Um dos camelôs da região trouxe uma amiga que era devota. Veio correndo com ela e a vinheta do quadro já estava no ar. Só deu tempo de eu falar: “Amiga, vou te fazer algumas perguntas, ao vivo para todo o Brasil, na Rádio Globo, e você abre o coração”. Bom, ela abriu, né?! [risos]. Depois disso fiquei temerosa, cheguei na rádio e fui chamada para uma reunião na sala do diretor. Achei que fosse ser demitida, mas estava com a consciência tranquila, coisas do ao vivo.  Mas não fui. Ele chamou só para dizer que achou super bacana a minha desenvoltura diante do imprevisto e quase me deu parabéns. O que eu não contava é que a coisa fosse viralizar pelo Brasil e virar meme. Todo Dia de Iemanjá eu recebo em vários grupos de WhatsApp, olha aí a “raspadinha”.

Audiência: Vamos falar um pouco sobre o rádio. Como surgiu o rádio na sua vida? Como você avalia esse momento de crise nos veículos de comunicação?

Elisângela Salaroli: O rádio surgiu por meio da antiga Rádio Nacional, onde fui recepcionista. Ela era o embrião da 93 FM. Estudei, me fiz jornalista, mas sempre trabalhei em rádio. Passei pela Tupi, Globo, CBN, Sul América Paradiso, Mix, Beat 98 e, durante um curto período, as rádios MEC e Tropical. Nós estamos num momento em que todas as formas de mídias precisam se repensar diante de uma verdadeira revolução nas mídias que o fenômeno da internet provocou. O jornal impresso foi o primeiro a sentir. O rádio também foi fortemente impactado. Se as rádios não repensarem a sua forma de interagir com as pessoas e dialogar com as mais diferentes plataformas, vão perder cada vez mais espaço. Portanto, fazer um programa de rádio hoje é, sobretudo, pensar em quem ouve em casa, no carro, no elevador, mas também pelo aplicativo e nos mais diversos locais que o aplicativo te leva. E isso demanda uma série de modificações e adaptações na linguagem, na programação musical, na interatividade…

Audiência: Você já pensou em se aventurar em outros meios de comunicação, tipo a internet?

Elisângela Salaroli:  Sim, tenho alguns projetos nesse sentido. No entanto, ainda estão um tanto quanto incipientes. Assim, prefiro não detalhar muito. Quem sabe não tenhamos novidades em breve? Aceito alguém que cuide do meu canal, que milhares de pessoas pedem sempre para eu fazer [risos]. Mas sou mãezona também, e me falta tempo para administrar o rádio, assessoria de imprensa, afazeres domésticos da casa e família, que são minha prioridade.

Audiência: Boa parte do público tem conhecimento: você é casada com o Daniel Penna-Firme, um dos principais repórteres do SBT Rio. A gente sabe que a vida de um repórter de jornalismo local aqui na nossa cidade é complicada. São muitas operações, cobertura de tiroteios, prisões… enfim. Deixando de lado a comunicadora, como é que a esposa Elisângela lida com essa rotina? Você administra bem?

Elisângela Salaroli: Daniel e eu nos conhecemos em 2002, na redação da Rádio Tupi. Me apaixonei pelo homem inteligente, bem humorado e carinhoso que ele sempre foi. Começamos a namorar em 2003 e nos casamos em janeiro de 2006. Nosso filho nasceu em 2008. Sempre trocamos idéias sobre o trabalho um do outro. Torcemos sempre um pelo sucesso do outro. Aqui nunca teve inveja, rivalidade e nem ciumeira profissional. É óbvio que fico com o coração na mão quando ele se enfia em tiroteio, assim como ele também ficava quando eu trabalhava como repórter aérea e voava de helicóptero todos os dias nos céus da cidade. Já perdi a conta de quantas vezes briguei com ele para não se arriscar tanto. Até que ele agora está mais prudente. Acho que, com o passar do tempo, descobriu que não é o Rambo. Até porque, já está com 38 anos e ficando careca – mas ainda um gato … [risos]. Daniel e eu falamos sobre comunicação, temos os mesmos amigos e partilhamos da mesma visão profissional. Atualmente, também trabalhamos juntos na nossa agência de comunicação e assessoria de imprensa.

Audiência: Convida o público a te conferir na rádio e também a te acompanhar pelas redes sociais.

Elisângela Salaroli: Com todo o prazer. Pessoal, quem quiser me acompanhar no Instagram, meu endereço é o @elissalaroli. é só curtir! No Face, minha página é o  @elisangelasalarolioficial. Obrigada pelo carinho e vamos com tudo!

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